Gianni Infantino, o novo presidente da Fifa, ficou nervoso e teve uma briga com seus funcionários por ter sido cobrado por gastos de lavanderia em uma das viagens oficiais pela entidade. Ele ainda afirmou ter ficado ofendido com o salário que lhe foi oferecido como chefe do futebol mundial, cerca de US$ 2 milhões (aproximadamente R$ 6,8 milhões) por ano.
Em gravações obtidas pelo jornal suíço Tages Anzeiger de encontros confidenciais dos dirigentes da Fifa no dia 10 de maio, Infantino revela suas frustrações e manobra o afastamento de Domenico Scala, ex-auditor da entidade.
“Até agora, eu não tenho um contrato com a Fifa”, disse o suíço, lembrando que não gostaria que o conteúdo do encontro “vazasse”. “Eu não assinei o que me foi proposto. Eu não aceitei a proposta Era uma proposta insultante, era menos da metade do que o presidente anterior estava ganhando no último ano. E vocês sabem que o que ele (Joseph Blatter) ganhava era muito, muito mais do que estava no último informe. Bastava ver os últimos dois informes da Fifa e ver que existe uma diferença de US$ 10 milhões (R$ 34 milhões) em salários e vocês podem imaginar para onde o dinheiro foi”, alegou.
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Infantino também revelou que Scala havia apresentado uma queixa contra ele ao Comitê de Ética da Fifa “dizendo que eu não tenho um salário e que estou buscando uma casa em Zurique e que, portanto, existe uma suspeita de corrupção ou lavagem de dinheiro”. “Dizem que a casa é de US$ 25 milhões (R$ 85 milhões) e isso não faz sentido”, atacou. “São denúncias infantis”, declarou.
O presidente também contou como teve uma briga com um funcionário da entidade. “Ele veio a mim dizendo que tenho algumas contas a pagar. Era lavanderia num hotel, com camisa, meias, cuecas. Claro, fiquei bravo, não respondi de uma maneira de Oxford e pedi desculpas. Eu disse que pagaria. Mas essa pessoa informou a Scala, que levou ao Comitê de Ética. Dizem que no contrato que eu ainda não assinei que eu não tenho direito a despesas”, explicou.
Infantino também avisou aos demais cartolas que o vazamento de informações tem como meta “impedir que a Fifa tenha sucesso”. O presidente ganhou o interesse de quase todos os membros da cúpula e, naquela reunião, foi informado de que haveria uma tentativa de afastar Scala da Fifa. O auditor acabou renunciando ao seu cargo em maio, justificando que não tinha mais independência para agir.
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