A Câmara de Ibarama voltou à cena depois da participação de vereadores em cursos de qualificação fora do município. O questionamento não se refere ao fato de que os parlamentares estão buscando conhecimento para exercer suas funções, mas porque estão em fim de mandato, o que faz com que todo o aprendizado não seja revertido em benefício dos eleitores. Além disso, também estão em viagem na capital federal, com o objetivo de captar recursos de emendas de deputados e senadores. Eles retornam de Brasília nesta sexta-feira, 15.

Norlei Luiz Mariani Júnior, Nestor Marcelo Dal Ri e Giovani Albino Lazzarotto (todos do PP) participaram do evento promovido pela Interativa Treinamentos, em Dionísio Cerqueira, Santa Catarina. A atividade tinha como tema Aspectos relevantes ao fechamento da atual legislatura e orientações e atualizações para mesas diretoras, assessorias e vereadores, e ocorreu nos dias 28 de outubro a 1º de novembro. Para isso, receberam em diárias R$ 7.745,22 cada.

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Os três não concorreram na última eleição e, portanto, seus mandatos seguem até o dia 31 de dezembro. No fim de semana passado, viajaram para Brasília, na companhia do também progressista Douglas Leandro Kluge, com o objetivo de atrair recursos de emendas parlamentares. Para esse período na capital federal foram pagos mais R$ 9.524,80. Nestor e Giovani somaram R$ 17.270,02 entre a segunda quinzena de outubro e os primeiros 15 dias de novembro. Norlei teve mais R$ 2.093,03, em viagem a Porto Alegre, onde visitou deputados estaduais.

Desde o início do ano, a Câmara de Ibarama pagou R$ 123.367,39 em ressarcimentos. Não é o valor máximo anual da atual legislatura. Em 2022, foram gastos R$ 124.742,04; no ano seguinte, R$ 124.640,66.
O presidente da Câmara, Tainã Luiz Forgerini (PP), não tem nenhum registro de pedido de diária nos quatro anos. Explica, no entanto, que seus colegas, conforme a legislação municipal, podem realizar os cursos mesmo que seus mandatos terminem em seguida. “Não tem nada que os impeça de fazer por não estarem no próximo ano”, disse.

Forgerini reforçou que não existe um critério definido para quem participará desse tipo de atividade, como o curso no município catarinense, ou de viagem, como a feita pelos quatro vereadores para Brasília. “O critério é solicitar. Quem solicita eu autorizo”, resumiu.

Os quatro parlamentares foram contatados pela Gazeta do Sul, por meio de mensagem no WhatsApp e ligação, mas não responderam, nem atenderam as chamadas.

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Venâncio-airenses em Brasília

Em Venâncio Aires, o questionamento sobre a atuação dos vereadores foi levantado com a viagem de nove parlamentares para Brasília, dos quais seis não estarão na Câmara na próxima legislatura. Eles foram à capital federal aproveitar o período de apresentação de emendas dos deputados no orçamento do próximo ano.

Com a presidente Claidir Kerkhoff Trindade (Republicanos) estarão (entre os dias 26 e 29): Ana Cláudia do Amaral Teixeira (PDT), André Kauffmann (PSDB), Benildo Soares (Republicanos), Clécio Espíndola (MDB), Diego Wolschick (PP), Renato Gollmann (Podemos), Sandra Wagner e Elígio Weschenfelder (PSB).

A permanência em Brasília representará um custo em torno de R$ 35 mil em passagens aéreas e mais as diárias, que somam cerca de R$ 26 mil, passando de R$ 60 mil no total.

A polêmica gerada em julho

Em julho, a viagem dos vereadores a outro curso em Dionísio Cerqueira gerou polêmica, quando vazou áudio de um dos participantes, Odir Pedro Puntel (MDB). Ele disse estar no evento “para adquirir experiência para tirar mais diárias no futuro”. Explicou tratar-se de uma brincadeira quando conversava com um familiar. “Estava falando com um sobrinho e fiz a brincadeira, mas mandei o áudio para um grupo errado”, comentou na ocasião.

A Casa criou uma comissão para apurar a situação. A conclusão é que não houve irregularidade por parte do vereador. Também participaram Douglas Leandro Kluge, Giovani Albino Lazzarotto e Nestor Marcelo Dal Ri, que já haviam ido a atividade semelhante, no mesmo município, em abril.

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