A Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz do Sul promoveu uma edição do Café Empresarial nessa terça-feira, 22, em parceria com o Núcleo de Mulheres Empreendedoras da ACI, com a presença da empreendedora Elisa Bertram, sócia-proprietária da Lisaruth Delícias Caseiras. Foi um bate-papo com o objetivo de destacar a trajetória de sucesso com um toque feminino da empresa, localizada na RSC-287, em Linha Pinheiral. A pequena padaria familiar se transformou em uma estrutura de 1,3 mil metros quadrados, com 75 colaboradores e um mix de 320 produtos. Elisa é formada em Gastronomia pela Unisc e responsável pela produção na Lisaruth.
Ela contou que adorava entrar na cozinha na infância para observar a mãe, Ruth, na produção de bolos. Ficava em um canto, mas não podia mexer em nada. O pai tinha um armazém em Venâncio Aires, depois alugou uma churrascaria por sete meses em Vera Cruz e, posteriormente, passou a trabalhar em uma pedreira em Santa Cruz do Sul.
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Elisa lembrou de um episódio que comprovou a sua aptidão para a confeitaria. Quando estava com 9 anos, o irmão, Mathias, e a mãe viajaram para Porto Alegre e Elisa fez três bolos de laranja. O pai ajudou com o forno para assar. Ao chegar em casa, a mãe surpreendeu-se com o talento da filha. “Ela nunca tinha visto eu fazer bolos. Depois, começou a me deixar ajudar. Não adianta impedir as crianças. Quando elas querem, fazem mesmo.”
A mãe, Ruth, fazia cucas com massa caseira secada no varal. Os primeiros clientes foram os vizinhos, os colegas de Elisa na escola e os integrantes da comunidade nos jantares da Associação, Esportiva e Recreativa Pinheiral. A produção foi aumentando, com pão de milho e pão de sete grãos. No fim do ano, bolachas natalinas de manteiga eram feitas sob encomenda. Ruth buscava lenha no mato para alimentar o forno. Nos fins de semana, Elisa e a mãe passaram a fazer bolos para eventos. “A gente atendia as pessoas em casa para fazer as encomendas e os bolos eram feitos em um galpão com piso de cimento queimado”, descreveu Elisa.
Para legalizar o negócio, foi construído o embrião da futura empresa, com apenas 48 metros quadrados. O dinheiro veio com a venda de ações de telefone, em 1998. Com o dinheiro do irmão Mathias, na colheita de tabaco pela vizinhança, foram compradas as primeiras máquinas para cacetinho, um pedido dos primeiros clientes. Além do ponto fixo, havia a venda de porta a porta no fim de semana. A Lisaruth evoluiu na oferta de produtos e ampliação da estrutura a partir de 2011, inclusive com atenção à sustentabilidade, com aproveitamento do resíduo orgânico e tratamento do esgoto.
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A pandemia foi um dos momentos mais desafiadores da empresa, mas também o de maior aprendizado e inovação. “Passamos de 1,2 mil atendimentos ao dia para menos de 90. Na época, tínhamos 92 colaboradores contratados”, lembrou a empreendedora. Para manter a empresa em pé e preservar empregos, ideias acabaram surgindo, como a elaboração de refeições para atender os caminhoneiros, venda dos produtos da horta na quitanda, comercialização de lanches no sistema drive-thru e aperfeiçoamento das receitas e cardápios. “Criamos um banco de horas e passamos a atender até aos domingos. Não foi possível evitar desligamentos, mas os impactos foram bem mais reduzidos.”
Nesta primeira edição do ano, os convidados foram recepcionados com um café da manhã e depois participaram de uma dinâmica de troca de cartões, conduzida pela diretora do Núcleo de Mulheres Empreendedoras da entidade, Niceia Wünsch.
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O presidente da ACI, Cesar Cechinato, falou na abertura do evento sobre a felicidade de realizar o Café Empresarial de forma presencial, após dois anos de pandemia, agora em formato híbrido, com transmissão online. Frisou também a decisão de trazer para o evento exemplos inspiradores de empreendedores locais e regionais e seus cases de sucesso. A diretora de Micro e Pequenas Empresas da entidade, Ieda Bavaresco Machado, também esteve presente. O evento ainda contou com a participação de integrantes da diretora e do Núcleo de Mulheres Empreendedoras da ACI.
O Café Empresarial tem patrocínio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Unisc, Unimed VTRP, Cindapa, Borba Imóveis e Lisaruth Delícias Caseiras, com apoio da Gazeta Grupo de Comunicações.
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