“Fabrício Benitez Sifran, 8 do 4 de 94, do Mato Grosso do Sul.” Foi mentindo seu nome, data de nascimento e naturalidade que Cássio Alves dos Santos, 34 anos, número um da facção Os Manos em Santa Cruz do Sul, respondeu sobre quem era para policiais civis de Foz do Iguaçu, por volta das 19h10 de quinta-feira. Minutos antes, ele havia sido preso em um hotel de luxo na área central da cidade paranaense que fica na divisa do Brasil com a Argentina e o Paraguai.
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Terminava ali o período de pouco mais de quatro meses em que Cássio esteve foragido do sistema prisional. Desde 24 de agosto ele era procurado pelas forças de segurança após romper a tornozeleira eletrônica em Porto Alegre, 107 quilômetros distante da área restrita estipulada pelo Poder Judiciário, que era Capão da Canoa, onde tinha se estabelecido como corretor de imóveis após receber o benefício do equipamento de monitoramento.
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A Gazeta do Sul teve acesso exclusivo aos bastidores da operação realizada pela 6ª Subdivisão Policial de Foz do Iguaçu para prender o santa-cruzense. Os experientes agentes Zucco e Mayer foram os encarregados de efetuar a abordagem. “Tínhamos informações que estava para chegar na cidade um homem que era foragido do Rio Grande do Sul. Sabíamos seu nome e o veículo que ele estaria utilizando”, revelou Zucco.
“Realizamos diligências em hotéis e, em um deles, visualizamos o carro no estacionamento. Como estávamos com nosso automóvel discreto, voltamos à delegacia, pegamos a viatura e retornamos. Quando chegamos novamente no hotel, vimos que o carro deles estava ligado. Colocamos o nosso atrás e pedimos para o motorista desligar”, complementou o agente. A detenção de Cássio decorre de um mandado de prisão preventiva solicitado pela Polícia Civil de Vera Cruz e autorizado pelo Poder Judiciário.
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“Meu irmão, para de mentir”, disse policial
A informação de que Cássio Alves dos Santos estaria em Foz do Iguaçu na quinta-feira, com o respectivo veículo, foi recebida pelos agentes paranaenses dias antes da prisão, por meio de um informante paraguaio. No momento da batida dos policiais junto ao Vectra sedan prata, com placas de Santa Cruz do Sul, Cássio e seu motorista foram rendidos pelos policiais, algemados e levados para a delegacia.
“Pedimos o nome para esse foragido, ele não apresentou documento, só o outro disse quem era. Pensamos que devia ser o Cássio. Puxei a ficha dele no sistema, apareceu a foto e falei ‘meu irmão, para de mentir’”, contou o policial Zucco.
Cássio Alves tentava, sem sucesso, afirmar que era do Mato Grosso do Sul. “Depois de mais de uma hora de conversa, ele disse que era mesmo o Cássio, que estava foragido e esteve escondido em Volta Redonda, no Rio de Janeiro, porque respondia por esse fato no Rio Grande do Sul”, disse Zucco.
Cássio foi levado para a sede do Grupo de Diligências Especiais (GDE) de Foz do Iguaçu e foi algemado com as mãos para trás, em um banco. Ainda assim, tentou dar um pulo e abrir a porta para fugir, mas foi detido pelos policiais. “A gente imaginava que ele estaria sozinho, mas estava com mais um. Depois, ele nos disse que contratou esse homem para dirigir para ele porque seria ‘ficha limpa’ e que se fosse abordado, não seria detido”, salientou o agente.
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O homem preso junto com Cássio tem 32 anos e é o proprietário do Vectra abordado pelos policiais. É morador do Residencial Viver Bem, no Bairro Dona Carlota. Embora sem delitos considerados graves em sua ficha, como homicídio e tráfico de drogas, o motorista possui registros por lesão corporal ainda como adolescente infrator e furto qualificado, dano e violência doméstica já como adulto, todos crimes cometidos em Santa Cruz do Sul.
O homem, que já foi vigilante e trabalhou em escolta armada de carro-forte, não teve seu nome revelado e foi liberado após o registro da ocorrência. Já Cássio Alves dos Santos permanece preso na galeria 2 da Cadeia Pública Laudemir Neves (CPLN) de Foz do Iguaçu. Ao longo dos próximos dias, deve ser oficializada sua transferência para a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), no Rio Grande do Sul.
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