“Me chamo Iara (nome fictício) tenho 15 anos de vida e vim para a casa de passagem achando que tudo ia mudar.” A frase marca o início de uma carta escrita a próprio punho por uma adolescente que pedia socorro à família após ter sido abusada pelo coordenador da Casa de Passagem de Encruzilhada do Sul. O relato dela chegou à Polícia momentos após a prisão do homem de 43 anos. Ele foi preso em flagrante após abusar de outra menina, de 12 anos, que também morava na instituição.
No caso de Iara, a carta narra com riqueza de detalhes os frequentes abusos cometidos pelo acusado. Tudo teria começado logo nos primeiros dias da vítima no local. Pelo relato da jovem, o homem teria a levado para a casa onde morava, tirado a roupa dela e tocado em suas partes íntimas mesmo com a negativa da adolescente. Dias depois, o abuso aconteceu dentro da Casa de Passagem, na sala em que o acusado ficava. “Eu não podia botar um short que ele dizia que eu estava provocando ele. Numa época, ele falou que se eu não ficasse com ele eu nunca mais veria minha avó. Eu fiz o impossível por ela”, relata.
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Ao longo do texto, o qual a reportagem do Portal Gaz teve acesso, a jovem ainda conta que era obrigada a “ficar cheirosa pra ele” e que chegou a fingir que estava dormindo para não ser abusada. “Eu tive que pedir para Deus me libertar daquele monstro. Uma vez entrou ele entrou no quarto e eu estava pelada. Foi quando me abusou pela oitava vez”, conta.
Polícia segue atuando no caso
Conforme o titular da Delegacia de Encruzilhada do Sul, delegado Róbinson Palomínio, a carta escrita pela adolescente é uma das provas colhidas pela Polícia Civil na investigação do caso. Ao todo, são três internas da Casa de Passagem que relataram os abusos cometidos pelo antigo responsável do local.
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Na semana passada, a Polícia acompanhou discretamente o suspeito e o viram pegando uma das vítimas na casa de passagem e a levando para sua casa no próprio carro. Eles entraram e saíram após aproximadamente 20 minutos. Os agentes policias fizeram a abordagem e levaram ambos para a delegacia.
Na delegacia, a vítima foi acolhida por duas professoras da Casa de Passagem com quem tem carinho e intimidade, além de uma conselheira tutelar. Ela relatou que, poucos minutos antes da abordagem policial, teve relações sexuais forçadas com o suspeito. Segundo a menina, desde dezembro de 2022 os abusos aconteciam, tendo sido violentada mais de 30 vezes por ele, inclusive dentro da instituição onde era acolhida.
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