A precariedade da VRS-858, rodovia que liga a RSC-287 à localidade de Linha do Rio, no interior de Candelária, causa apreensão entre os usuários. O trecho de 14 quilômetros foi muito danificado pela enchente do Rio Pardo e ainda não foi recuperado pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), órgão responsável pela manutenção. Com isso, moradores e demais usuários sofrem com a presença de buracos na pista, falta de sinalização, queda de taludes nas laterais e outros problemas que tornam a passagem desafiadora, sobretudo à noite.
Na tarde dessa terça-feira, 10, a Gazeta do Sul percorreu a VRS-858 e presenciou um cenário de devastação. Nos primeiros quilômetros o estado de conservação é melhor, mas bastam alguns minutos rodando para a rodovia se transformar em um emaranhado de buracos, valetas, desbarrancados e extensões onde o asfalto foi completamente levado pela água, deixando um desnível em relação ao restante do traçado. Um motorista descuidado pode facilmente acabar com um pneu furado ou mesmo com a suspensão do veículo quebrada.
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À noite, contudo, a condução se torna ainda mais perigosa. Na escuridão, as crateras são difíceis de identificar e se tornam armadilhas para os motoristas. Além disso, a sinalização na pista está praticamente toda apagada e não há nenhuma placa. Os cones colocados para identificar os pontos onde houve erosão são os únicos objetos que chamam a atenção dos motoristas. E piora: se houver necessidade de parar de maneira imediata, não há acostamento e o sinal de celular é inexistente em quase todo o percurso.
Diante de tudo isso, os agricultores são alguns dos que mais sofrem à espera de providências. Conforme o produtor rural Jairo Gabe, de 56 anos, a VRS-858 nunca esteve em perfeitas condições, mas tinha um estado de conservação aceitável para uma estrada vicinal. “Mas aí veio a enchente e acabou com tudo, foi uma devastação não só da pista, mas de tudo em volta”, observou. Morador da localidade há mais de 40 anos, ele espera por providências do poder público. “Enquanto isso a gente vai cuidando, tá ruim mas tem gente pior, ainda sem acesso às propriedades.”
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O secretário de Administração de Candelária, Jorge Mallmann, entende que as melhorias foram paliativas e insuficientes, haja vista que muitos buracos permanecem abertos. “A parte mais comprometida pelo avanço do Rio Pardo segue sem reparo efetivo, trazendo dificuldades aos usuários.” Ele recorda que, na última audiência com o vice-governador Gabriel Souza, a administração municipal entregou um documento formalizando algumas demandas ao governo do Estado, entre elas a atenção às rodovias.
Recuperação em etapas
Segundo o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), os serviços executados até o momento correspondem à primeira etapa da recuperação, que visava restabelecer as condições de tráfego na VRS-858. Agora, está em elaboração um anteprojeto para a contratação de uma nova empresa para a fase seguinte, que corresponde à manutenção da rodovia em toda a extensão, incluindo a sinalização. A expectativa é de que o processo seja concluído e as intervenções recomecem ainda neste ano.
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