Chegar ao fim do mês e saber que o salário ou a renda não serão suficientes para pagar as contas, quem dirá manter a si mesmo e a família nos próximos 30 dias, é uma das preocupações que mais tiram o sono das pessoas. Em fevereiro deste ano, conforme divulgado pela Serasa, o Brasil registrou 65,2 milhões de consumidores inadimplentes. Esses cidadãos acumulam R$ 263,4 bilhões em dívidas negativadas, isto é, em atraso.
De acordo com a Serasa, desde abril do ano passado, o total de consumidores inadimplentes vinha caindo, mas, em outubro, voltou a subir. Uma das causas seria a recente alta na taxa de juros, que encarece o crédito; outra, o desemprego ainda alto. A queda na renda média de trabalhadores empregados e autônomos também afeta o pagamento de dívidas, com reajustes salariais e de prestação de serviços que perderam para índices de inflação. Sim, está acontecendo uma recuperação gradual do mercado de trabalho, nos últimos meses, mas grande parte dos empregos oferecidos paga menos que antes da pandemia, o que deixa as pessoas com menos renda e, assim, também contribui para a manutenção da inadimplência.
As dificuldades econômicas que castigam o Brasil e o mundo, há vários anos, estão deixando as pessoas ansiosas, estressadas e com medo. Um estudo da Associação de Psicologia dos EUA mostrou que, para a maioria das pessoas, o dinheiro – geralmente, a falta dele – é a principal causa de estresse. Já um relatório da Money and Mental Health Policy Institute revelou que os superendividados tem até três vezes mais chance de desenvolver problemas mentais graves.
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Para muitas pessoas, a pandemia da Covid-19 tem tornado as questões financeiras ainda mais desafiadoras. Conforme disse Pedro Lima, cofundador da Meu Acerto, fintech que oferece uma plataforma de negociação digital de dívidas, “quem não perdeu o emprego, perdeu o responsável pela renda familiar, e quem não se encaixa nessas opções, perdeu a luta para o alto preço de produtos e serviços”.
Por causa da instabilidade da economia mundial e brasileira, é fundamental que as pessoas tomem precauções quanto às suas finanças. Acima de tudo, conscientizar-se e educar-se sobre como obter uma vida financeira mais equilibrada e, assim, usufruir de um bem-estar. O cofundador da fintech Meu Acerto, Pedro Lima, acredita que isso é possível e lista sete dicas para atingir ou manter o equilíbrio entre o bem-estar e a vida financeira:
Com relação à primeira dica – conhecer a realidade financeira – a DSOP Educação Financeira recomenda fazer um diagnóstico da situação financeira pessoal ou familiar: durante 30 dias, se o salário ou renda forem fixas, ou 90 dias, se forem variáveis, anotar todas as entradas e saídas de dinheiro. Com base nesses números, já é possível diminuir gastos e eliminar desperdícios sem mudança no padrão de vida pessoal ou familiar.
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Quanto às formas de pagamento, além das já conhecidas – Pix, cartões de crédito e débito, cheques especiais e pré, carnês e boletos – alguns bancos tem oferecido o Pix parcelado, que permite que os usuários façam prestações do valor da transação; num banco, o cliente consegue parcelar o valor do Pix em até 24 vezes, com a cobrança de juros. Muitos especialistas alertam que essa facilidade pode virar uma dor de cabeça futuramente.
Por fim, é importante saber que bem-estar e vida financeira estão intimamente ligados. Qualquer problema ou deficiência num deles, repercute no outro. É preciso ficar atento a isso e repensar o planejamento financeiro para que a vida permaneça ou volte a ficar equilibrada. A educação financeira pode ajudar justamente por ser uma ciência que, além de usar ferramentas e técnicas aplicadas – cálculos, controles, planilhas, pesquisas de preço, etc – propõe-se a promover mudança de comportamentos, hábitos e costumes em relação ao dinheiro.
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