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Em áudio, autor de chacina afirma que queria cometer crime no Natal

O técnico de laboratório Sidnei Ramis de Araújo, de 46 anos, deixou cartas e áudios gravados tentando justificar por que matou a ex-mulher, o filho e mais dez pessoas na noite de réveillon. No material, obtido com exclusividade pela reportagem, ele afirma que as acusações de que teria abusado do menino são mentira, diz que foi vítima de uma injustiça e de uma “sacanagem” e que não conseguia mais “suportar tudo isso.”

Para se referir à ex-mulher, Isamara Filier, à mãe dela e a outras mulheres da família dela, ele só usa uma palavra, o tempo todo: “vadia”. E revela os planos de matá-las. “Quanto mais ela distanciar ele de mim, mais ódio eu fico dela e menos peso na minha consciência eu vou ter”, diz em um dos áudios, endereçado “aos policiais”, modificado pela última vez no dia 30.

Logo no começo deste arquivo, ele pede desculpas. “Quero pedir desculpa até mesmo para a polícia, para o resgate. Vou gerar muito transtorno para vocês.” O plano original, pelo que diz nos arquivos, era cometer o crime no Natal. “Eu tentei pegar a vadia no almoço do Natal e dia da minha visita, assim pegaria o máximo de vadias da família, mas como não tenho prática não consegui.”

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A princípio, parecia que não tinha a intenção de também matar o filho, já que ele direciona cartas a ele e também fala diretamente com o menino nos áudios. Mas em um dado momento, no final da gravação “aos policiais”, parece ter outra ideia, ao se comparar a Deus. “Filho, papai te ama muito. Julguem o que quiser julgar, cada um tem seu jeito de amar. Deus não crucificou o filho dele por amor aos outros filhos, como fala na Bíblia? Eu não vou deixar você sofrer na mão dessa vadia mais não, filho”, diz.

Antes, alega inocência e acusa Isamara e a mãe dela, já morta, de mentirosas. Diz que quer ir para o inferno para “buscar essa velha maldita”, em relação à ex-sogra. “Até peço para meus amigos… eles sabem que eu não acredito mais em Deus porque Deus sabe da verdade. Existem quatro seres que sabem da verdade. Deus, o diabo, a vadia e a mãe dela. Elas sabem que eu nunca fiz mal para o João Victor. Se me garantir que eu vou para o inferno me enterrar de ponta-cabeça, eu peço para me enterrarem de ponta-cabeça.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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