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APICULTURA

Em ano atípico, produção de mel diminui na região

Foto: Banco de Imagens

Situação preocupa e pode comprometer a oferta de mel. Expectativa é de um melhor cenário para o setor a partir do ano que vem

A produção de mel no Vale do Rio Pardo enfrentou grandes dificuldades ao longo de 2024 e nos últimos meses não foi diferente. No primeiro semestre, o excesso de chuva foi o problema; agora, a baixa floração das árvores e flores é o que impede as abelhas de conseguirem atingir todo o potencial produtivo. Somado a isso, o baixo preço do mel no mercado faz com que os apicultores esperem por uma melhora significativa no cenário para o próximo ano.

O presidente da Cooperativa dos Apicultores Familiares do Brasil (Copromel), José Carlos Haas, salienta que os problemas se agravaram em novembro e dezembro e avalia a situação como “caótica”. Segundo ele, a principal florada desses dois meses é a da uva-do-japão, cujo desempenho ficou muito abaixo do esperado. Onde se observa alguma floração, não há néctar nos exemplares. “O resultado disso são melgueiras vazias, com raras exceções onde há algum favo de mel.”

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A situação na região, acrescenta o representante, é de uma crise sem precedentes. “No ano passado não tivemos preço, e neste ano não temos mel”, lamenta. Para 2025, além da melhora na comercialização, ele espera também a normalização das floradas. “Estamos torcendo para que em março e abril possa ser melhor, será a segunda etapa da colheita.” A queda na produção já foi percebida em safras anteriores, observa Haas, mas nunca de maneira tão expressiva como neste ano.

O professor Aroni Sattler, do Laboratório de Apicultura do curso de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), visitou a região recentemente e está acompanhando o episódio. “Ainda não se sabe se decorre de fator climático ou se há alguma situação nova se apresentando”, frisa José Carlos Haas.

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Apesar do momento desfavorável, o presidente da Copromel acredita em recuperação tanto na produção quanto nos preços. “Ainda não temos produto para disponibilizar, mas os indicativos são de preços melhores aos produtores.”

No caso dos consumidores, há relatos de aumento nos valores praticados por feirantes e supermercados. “Ainda não temos registro de aumento porque o mel é da última safra, mas os preços devem ser majorados”, explica. Nos supermercados de Santa Cruz, a embalagem de 500 gramas varia de R$ 20,00 a R$ 25,00. Em uma das bancas da Feira Rural do Parque da Oktoberfest, o pote de um quilo era comercializado a R$ 30,00 no último sábado.

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