Polícia

“Em 90% dos casos, o agressor é de dentro do grupo familiar”, afirma delegado após caso em Encruzilhada do Sul

Está preso preventivamente um homem de 37 anos, apontado pela Polícia Civil como o autor de uma série de abusos contra uma menina cega em Encruzilhada do Sul. Segundo a investigação, o homem violentou a vítima, atualmente com 15 anos, no decorrer de quatro anos, dos 10 aos 14, de 2018 a 2022. Também foi revelado que o autor dos crimes era cunhado do ex-padrasto da vítima, e se aproveitava de momentos em que ela estava sozinha. Por ser praticamente da família, ele tinha acesso à casa.

Segundo o delegado Róbinson Palomínio, que coordenou a investigação e responde também pela Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Santa Cruz e é especialista em Ciências Criminais e professor de Direito Penal em cursos preparatórios, é comum os agressores serem pessoas de confiança da família das vítimas. Muitas vezes, são até parentes.

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“É muito importante que as pessoas se mantenham atentas. Às vezes, acreditam que um irmão, cunhado, tio, vizinho, avô nunca fariam algo do tipo, mas podem. Em 90% dos casos, o abusador é de dentro do grupo familiar. É muito difícil ele ser de fora. Por isso, é preciso ter atenção às mudanças de comportamento, porque depois de abusada, a criança passa a agir diferente, sobretudo diante do agressor”, frisou o delegado.

De acordo com ele, há uma grande incidência de crimes de estupro de vulnerável em Encruzilhada do Sul. A média passa de uma ocorrência por mês no município de pouco menos de 25 mil habitantes. “Cheguei a conversar com todos os representantes das escolas, para identificar possíveis alunos vítimas de casos e a gente poder ajudar essas crianças. Isso vem surtindo efeito, e estamos trabalhando para responsabilizar os abusadores.”

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No caso investigado, a vítima mora só com a mãe, o que é outra característica buscada pelo perfil dos abusadores, conforme estudos de caso realizados por Palomínio. “Geralmente, eles escolhem aquela vítima que não teria um pai próximo, no dia a dia. A figura masculina é alguém que pode ser um risco pra ele. Normalmente, se aquela vítima está desprotegida de alguém do sexo masculino, está mais propensa a ser vítima de abuso.”

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Guilherme Andriolo

Nascido em 2005 em Santa Cruz do Sul, ingressou como estagiário no Portal Gaz logo no primeiro semestre de faculdade e desde então auxilia na produção de conteúdos multimídia.

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