Regional

Em 2024, completa-se 200 anos da chegada dos primeiros imigrantes germânicos ao Estado; saiba mais

Há alguns anos, começaram os preparativos para uma grande comemoração alusiva aos 200 anos da imigração alemã a serem comemorados em 2024, portanto, daqui a dois anos. Além da produção cultural e da organização de festejos, não se pode esquecer dos motivos e da importância do que aconteceu.

E tudo começa a partir do conhecimento acerca dos conceitos envolvidos. “A compreensão do conceito de migrações – emigração, imigração, colonização – alemãs neste contexto em que se aproximam os 200 anos da imigração no Brasil independente perpassa o entendimento de que a etnicidade associada aos movimentos humanos de diversas culturas contribui para a elaboração de categorias, conceitos, narrativas, expressões materiais e imateriais, que emergem de um contexto sócio-histórico-geográfico-cultural, extrapolando a concepção de ‘imigração e colonização alemã’ tradicionalmente associada como espaço sociocultural de identidade, que não raro particulariza e discrimina outras referências memoriais, históricas, sociais e culturais relacionadas a migrações, diásporas e deslocamentos que caracterizam a própria condição humana, quando entendida em sua complexidade”, sublinha Jorge Cunha.

LEIA TAMBÉM: 25 de julho: memórias preservadas para compreender o presente

Publicidade

Essa compreensão de migrações, segundo ele, a partir da especificidade dos “200 anos das migrações alemãs para o Brasil”, apenas parcial e limitadamente presente na produção de pesquisa no campo das ciências sociais e humanas, de modo especial na historiografia, necessita ser ampliada para um campo de possibilidades que dinamizem a ligação dos seres humanos com a própria criação e produção de sua cultura – condições de sua existência social e realizações coletivas diferenciadas e abertas para a diversidade, superando dicotomias.

Quantos eram os imigrantes

Entre 1822 e o início da década de 1950, segundo as estatísticas brasileiras, cerca de 5 milhões de estrangeiros entraram como imigrantes no Brasil. O número de imigrantes alemães que se dirigiram naquele período para o Brasil é aparentemente pequeno – cerca de 255 mil, 5% do total. Contudo, a importância de sua participação na formação e no desenvolvimento, especialmente do sul do país, não pode ser ignorada. Os dados do censo brasileiro de 1940 fornecem uma indicação da expressividade de sua participação e de seus descendentes na sociedade brasileira: cerca de 650 mil brasileiros natos falavam habitualmente o alemão e cerca de 460 mil empregavam o italiano como principal língua de comunicação.

LEIA MAIS: Dia do Colono e Motorista: data para celebrar tradição, história e trabalho

Publicidade

A maior concentração desse contingente populacional encontrava-se, segundo o mesmo censo, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, onde, respectivamente, 400 mil e 180 mil brasileiros falavam alemão. Os números referentes aos de língua italiana também são importantes na comparação: 300 mil no Rio Grande do Sul e 96 mil em Santa Catarina.

Saiba mais

A primeira fase da colonização com imigrantes não portugueses foi pautada pela expectativa da supressão do tráfico. Os grandes fazendeiros, mais capitalizados, compravam todos os escravizados que podiam, exatamente dos pequenos proprietários produtores de alimentos. O objetivo era manter a mão de obra disponível em suas propriedades. No Estado, ainda há marcas deste tempo em fazendas, como uma localizada na região da Porteira Sete, em Cachoeira do Sul.

LEIA TAMBÉM: Rumo aos 200 anos: projeto da Gazeta vai abordar a colonização germânica

Publicidade

Expediente

Edição
: Dejair Machado (dejair@gazetadosul.com.br)
Textos: Dejair Machado, Marcio Souza, Marisa Lorenzoni e Romar Beling
Diagramação: Rodrigo Sperb

Confira o caderno na íntegra » Dia do Colono e Motorista: data para celebrar tradição, história e trabalho

Quer receber as principais notícias de Santa Cruz do Sul e região direto no seu celular? Entre na nossa comunidade no WhatsApp! O serviço é gratuito e fácil de usar. Basta CLICAR AQUI. Você também pode participar dos grupos de polícia, política, Santa Cruz e Vale do Rio Pardo 📲 Também temos um canal no Telegram! Para acessar, clique em: t.me/portal_gaz. Ainda não é assinante Gazeta? Clique aqui e faça sua assinatura agora!

Publicidade

Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

Share
Published by
Carina Weber

This website uses cookies.