Rádios ao vivo

Leia a Gazeta Digital

Publicidade

Cinema

Em 2015, fãs têm motivos de sobra para comemorar o Star Wars Day

Fãs da saga “Guerra nas Estrelas”, criada por George Lucas nos anos 70, estão com motivos de sobra para comemorar 2015. Afinal, neste ano eles estão vendo a materialização de algo que nem os mais entusiasmados podiam cogitar no início deste século: o episódio 7 da saga chega aos cinemas do mundo todo em dezembro deste ano.
As comemorações devem se concentrar nesta segunda-feira: afinal, em 4 de maio já é oficialmente comemorado o Star Wars Day -que, como acontece há alguns anos, também é festejado no Brasil.
A escolha da data vem de um infame trocadilho em inglês, misturando a pronúncia de “4 de maio” (“May the fourth”) com a bênção que os guerreiros sagrados da série de filmes dão uns aos outros, “que a Força esteja com você” (“may the Force be with you”).
As origens da brincadeira linguística remetem à chegada de Margareth Thatcher ao poder em 1979. O partido conservador inglês saudou a Dama de Ferro com um anúncio no jornal “London Evening News” no dia de sua posse como primeira ministra inglesa, em 4 de maio. Eles publicaram uma saudação que fazia alusão ao filme de maior sucesso no final daquela década: “May the fourth be with you, Maggie”.

DISNEY + LUCASFILM
Apesar do trocadilho existir há tempos, só a partir desta década que o 4 de maio começou a ser comemorado efetivamente. A princípio, em um encontro realizado no Canadá em 2011, que tinha exibição dos filmes, concurso de cosplay, jogos de adivinhação e premiações para as melhores paródias e homenagens feitas na internet.
O evento foi um sucesso e passou a se repetir ano a ano. A data ganhou Força -com o perdão do trocadilho- após a Disney ter comprado a Lucasfilm, produtora da saga, em 2012. Assim, a partir de 4 de maio de 2013 o Dia de Guerra nas Estrelas deixou de ser uma comemoração feita somente por fãs para ganhar chancela oficial da indústria do entretenimento.
A incorporação da Lucasfilm à Disney também impulsionou esta nova fase da franquia ao ressuscitar algo que era encarado pelos fãs como lenda urbana: a última trilogia da saga original.
O sucesso do primeiro “Guerra nas Estrelas”, em 1977, redesenhou a indústria do cinema como a conhecíamos. A saga inaugurou novos parâmetros no mercado: uma data única para o lançamento nacional de um filme, o foco no entretenimento e no público infanto-juvenil, a importância dos efeitos especiais na tela grande e o início da popularização em massa da ficção científica (mesmo que, na prática, “Guerra nas Estrelas” não tenha nada de sci-fi).
George Lucas não tinha como prever isso, embora apostasse todas suas fichas nesse sucesso. Quando o primeiro “Guerra nas Estrelas” tornou-se o grande campeão de bilheterias da temporada, o diretor e produtor sacou uma carta de sua manga: não era apenas um filme, eram três trilogias e o filme de 1977 era o quarto volume de uma saga enorme.
Só quando “Guerra nas Estrelas” reestreou no cinema para começar a divulgação do segundo filme, o grande “O Império Contra-Ataca” (1980), que Lucas adicionou o número do episódio (4) e um novo subtítulo (“Uma Nova Esperança”) ao primeiro filme. O sexto volume e terceiro filme (“O Retorno de Jedi”) veio em 1983, e assim Lucas encerrou a trilogia clássica, fazendo os fãs especularem sobre que histórias seriam contadas nos episódios 1, 2, 3, 7, 8 e 9.
Os três primeiros capítulos ganharam vida na virada do milênio: “A Ameaça Fantasma” (1999), “O Ataque dos Clones” (2002) e “A Vingança do Sith” (2005) contavam como o jovem Anakin Skywalker se transformaria no vilão Darth Vader. Os fãs, porém, ficaram frustrados com filmes enfadonhos e infantilizados, ao mesmo tempo superproduzidos e politicamente corretos.
As produções faturaram muito dinheiro e renovaram a franquia para uma nova geração. Mas, logo após a segunda trilogia, George Lucas começou a dar entrevistas anunciando que não iria fazer os três últimos filmes que havia prometido. Repetia que a história era composta apenas por seis longas e choramingava dizendo não ter vontade de se envolver com a série por ter sido avacalhado pelos velhos fãs devido às decisões que tomou nos três filmes mais recentes, como a inclusão de Jar-Jar Binks.

DESPERTAR DA FORÇA
Até que a Disney comprou a Lucasfilm e começou a rever esta história -o resultado é este 2015 agitadíssimo. O anúncio dos três novos filmes veio quase que simultaneamente à compra da empresa de George Lucas pela gigante de Walt Disney por US$ 4 bilhões, em 2012.
O sétimo episódio da saga, “O Despertar da Força”, foi agendado para dezembro de 2015, sob a direção do criador da série “Lost”, J.J. Abrams, o responsável por reapresentar a saga “Star Trek” para uma nova geração com os dois últimos filmes da franquia, em 2009 e 2013.
O elenco do novo filme foi apresentado no fim de abril de 2014, e une os novatos John Boyega, Daisy Ridley, Adam Driver, Oscar Isaac, Andy Serkis e Lupita Nyong’o aos veteranos Harrison Ford, Carrie Fisher, Mark Hamill, Anthony Daniels, Peter Mayhew e Kenny Baker. Estes últimos vivem os clássicos personagens da trilogia original (Han Solo, Princesa Leia, Luke Skywalker, C3PO, Chewbacca e R2D2, respectivamente).
O aquecimento para o 2015 de “Guerra nas Estrelas” começou ainda em dezembro do ano passado, quando foi divulgado um trailer de 90 segundos que instigou os fãs com novos cenários, novos personagens, um sabre de luz em forma de cruz e um voo rasante da Falcão Milênio de Han Solo.
Outro trailer, este com dois minutos, foi lançado em 16 de abril, provocando choro em muito marmanjo ao reapresentar Han Solo e Chewbacca em sua última cena.
O novo trailer foi o início do fim de semana Star Wars Celebration, uma espécie de Comic Con temática de “Guerra nas Estrelas” em Anaheim, Califórnia. Uma série de novidades sobre o próximo filme foi apresentada, mas sem entregar muito sobre a história. A celebração terminou com um novo anúncio: a série de filmes “Star Wars Anthology”, que contará histórias da saga paralelas às três trilogias.
Starwars
O primeiro filme, “Rogue One”, conta como os Rebeldes conseguiram os planos para destruir a Estrela da Morte no filme de 1977 -não deve ter nada de Jedis ou sobre a Força, já que nesta época os Jedis eram tidos como extintos. O filme foi anunciado para 2016 e é uma prova de que a nova encarnação de “Star Wars” quer alcançar as mesmas proporções épicas do Marvel Cinematic Universe, a cronologia única que une todos os filmes do estúdio Marvel, desde o primeiro Homem de Ferro (de 2008) até as produções agendadas para 2019.
Pouco se sabe sobre “Episódio 7 – O Despertar da Força”, mas há várias pistas indicadas no trailer. Talvez a personagem de Daisy Ridley (Rey) seja da nova geração Skywalker, e possa se envolver com Finn (John Boyega), um provável stormtrooper fugitivo. Outra: o Império dos filmes anteriores não sucumbiu, e o sabre que Luke Skywalker segurava quando teve sua mão decepada por Darth Vader reapareceu misteriosamente.
Na única cena que apareceram no segundo teaser, Han Solo e Chewbacca estavam apontando armas para alguém. Uma nova versão do robô R2D2, batizada de BB8 (e que gira sobre uma esfera, em vez de arrastar-se com rodas), foi apresentada, mas não vimos ainda o que aconteceu com o androide C3PO.

Publicidade

4 DE MAIO
O 4 de maio, portanto, aumenta as expectativas em relação a mais revelações sobre o próximo episódio da saga. O dia já começou com o anúncio que o oitavo longa da série será filmado na Inglaterra e dirigido pelo norte-americano Rian Johnson (que assinou três dos melhores episódios de “Breaking Bad” e o filme “Looper: Assassinos do Futuro”, de 2012). O longa estreia apenas em 2017.
Aproveitando as comemorações, a revista “Vanity Fair” estampou a nova dupla de protagonistas Rey e Finn ao lado dos velhos conhecidos Han Solo e Chewbacca, além do simpático robozinho BB8, na capa de sua edição de junho, fotografados por Annie Leibovitz, uma das maiores retratistas de sua geração.
A publicação promete ainda extras com o elenco de “Star Wars 7” em seu site. O primeiro deles, um vídeo dos bastidores do ensaio com Leibovitz, foi divulgado no domingo.
E não são apenas novidades oficiais: na Austrália, um grupo de fãs construiu uma réplica gigante da nave Falcão Milênio usando blocos de Lego.
No Brasil, há ao menos dois grandes encontros de fãs da saga programados para o 4 de maio: em São Paulo, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, às 19h30, e no Rio de Janeiro (Livraria Cultura Cine Vitória, no centro, às 19h30). Nos dois eventos, haverá bate-papos sobre o novo filme com presença de especialistas. No shopping Villa-Lobos há uma exposição de capacetes dos soldados do Império (os stormtroopers) customizados por artistas brasileiros.
A data de lançamento do primeiro “Guerra nas Estrelas”, em 25 de maio, também é comemorada anualmente, mas devido ao fato de coincidir com o “dia da toalha” (instituído duas semanas após a morte do escritor inglês Douglas Adams, o criador da série de livros “O Mochileiro das Galáxias”) e com o “glorioso 25 de maio” (da série “Discworld”, do autor inglês Terry Pratchett, morto em março), a data é comumente referida como “o dia do orgulho nerd”. Mas isso é outra história.

Publicidade

Aviso de cookies

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdos de seu interesse. Para saber mais, consulte a nossa Política de Privacidade.