Desde abril, Santa Cruz do Sul está integrando a rota de abastecimento de carros que funcionam a energia elétrica. Já em operação há cerca de três meses, foi inaugurado de forma oficial na manhã dessa quarta-feira, 6, o eletroposto de recarga de veículos elétricos, implantado junto à Lisaruth Delícias Caseiras, na RSC-287, em Linha Pinheiral.
O município tem pelo menos outros quatro locais de reabastecimento de veículos elétricos, abertos ao público: na loja da Afubra na Rua Júlio de Castilhos; na Rua Coronel Oscar Jost, 1.007, junto à Naturvida; no Supermercado Schmitz, em Linha João Alves; e na Solled Energia, também à margem da RSC-287. O eletroposto da Lisaruth, no entanto, é o primeiro do Rio Grande do Sul pertencente a um projeto de eletrovia, desenvolvido pela UFSM. Também considerado o segundo posto rápido de carregamento de veículos elétricos do Estado, com capacidade para abastecer totalmente a bateria de um automóvel em cerca de 30 minutos. A captação é por células fotovoltaicas (energia solar).
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O eletroposto irá funcionar gratuitamente na Lisaruth pelo período de um ano. O local, cujo investimento de instalação foi próximo de R$ 280 mil, pode atender também veículos híbridos, que funcionam tanto com energia elétrica quanto usando combustíveis como gasolina e álcool. O projeto tem financiamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que é vinculada ao Ministério de Minas e Energia.
Integrante da Superintendência de Smart Grid e Projetos Especiais da Companhia Paranaense de Energia (Copel), que, junto com a Aneel, viabilizou o projeto de instalação do eletroposto rápido em Santa Cruz, o engenheiro eletricista Rodrigo Braun salientou que o investimento em pontos de abastecimento é o caminho para incentivar a popularização dos veículos movidos a energia elétrica no Brasil. “É o sistema mais eficiente que a humanidade tem hoje para se deslocar. Sabemos que nossas economias dependem de nossos deslocamentos, para levarmos insumos do ponto A para o ponto B. E a maneira mais eficiente de fazermos isso é com veículos elétricos. Pode ser que no futuro se tenha sistemas diferentes, com tecnologia híbrida para aumentar a autonomia. Estamos no começo de uma revolução que está sendo pavimentada há mais ou menos dez anos, mas se encontra no início se compararmos com a combustão, há mais de cem anos se desenvolvendo”, explica Braun.
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O carro elétrico mais barato à venda no Brasil ainda está longe do alcance do bolso da população em geral. Os menores preços desse tipo de veículo ficam na casa dos R$ 140 mil. Mas o engenheiro considera que a partir da evolução da tecnologia, das baterias e demais componentes desses veículos elétricos, eles poderão ser produzidos dentro do País, diminuindo a necessidade de importação. “O Brasil ainda é iniciante nesta parte. Se quisermos ter veículos elétricos mais acessíveis, além de uma política pública focada nisso, que o Brasil ainda não estabeleceu, precisamos ter a tecnologia para fabricar esses insumos aqui”, salienta.
“A maior parte das reservas de lítio, nióbio e demais sais críticos para se fazer baterias de alta densidade de energia existe em abundância aqui na América do Sul. Porém, isso ainda depende de grande envolvimento governamental e investimentos.”
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Para o empresário Mathias Bertram, da Lisaruth Delícias Caseiras, a instalação de um ponto de abastecimento de carros elétricos no restaurante, na RSC-287, vai ao encontro da missão da empresa, de inovar nos procedimentos. O empreendimento já possui outras práticas sustentáveis, como na gestão do lixo e do esgoto. “A gente faz a separação do lixo já há muitos anos e também trabalhamos o lixo orgânico. Fazemos compostagem, secamos os resíduos orgânicos e conseguimos injetá-los em nossa horta como adubo em 24 horas. Isso deixa de ir para aterros sanitários”, detalha. “E também temos o tratamento de esgoto, com aproximadamente 110 mil litros de armazenagem de efluente passando por tratamento e retornando para a natureza totalmente limpos.”
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