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Eles vieram ao mundo em plena pandemia: como estão os primeiros bebês de 2020

Família de Heloísa guarda em um porta-retrato, na sala, a capa da Gazeta do Sul do dia 2 de janeiro do ano passado: menina foi o primeiro bebê de 2020

Um ano após o nascimento dos primeiros bebês de 2020 na região, a Gazeta do Sul fez contato com as famílias para saber como foi este primeiro ano de vida dos pequenos, pautado pela pandemia. A chegada de um bebê, que costuma ser motivo de muita alegria, desta vez também trouxe apreensão para os pais, em meio à crise sanitária e ao risco de contaminação pelo coronavírus.

Os cuidados para preservar a saúde da criança tiveram que ser redobrados, e o contato físico e social ficou restrito. Os nenês de 2020 tiveram que se acostumar a crescer longe da companhia constante dos avós, que, por serem do grupo de risco, precisaram se resguardar. Também ficaram longe do convívio e integração com os primos e outras crianças.

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As informações sobre seu estado de saúde e desenvolvimento foram transmitidas aos parentes, na maioria das vezes, por telefone ou chamadas de vídeo. Pouca coisa aconteceu no presencial. Os passeios tiveram de ser restritos a consultas médicas e vacinas, raramente para o lazer. E, para garantir o desenvolvimento pleno dos seus filhos nesses primeiros meses de vida, os pais que passaram pela experiência contam como se sentiram e o que fizeram.

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Muita preocupação e mais contato com os filhos

Em março, pouco mais de dois meses após o nascimento de Heloísa, a primeira bebê em solo santa-cruzense em 2020, casos de Covid-19 começaram a ser registrados no País e a pandemia foi decretada oficialmente pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Dali em diante, os números de mortes e contaminados tomaram proporções gigantescas e medidas sanitárias precisaram ser impostas na tentativa de frear o coronavírus.

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Enfim, um cenário totalmente diferente daquilo que a mãe da pequena Heloísa, a operadora de produção Fabiana Azevedo Renner, de 26 anos, moradora de Cerro Alegre Baixo, interior de Santa Cruz do Sul, imaginou para o ano do nascimento da filha. Foram diversas restrições, sem poder sair de casa ou receber visitas. E o pior: a falta de ajuda dos avós da bebê, os quais, por estarem no grupo de risco, tiveram que se resguardar e acompanhar tudo a distância.

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Já pais de dois meninos – Saymon, de 9, e Brayan, de 7 anos –, Fabiana e o marido Fábio Isaías Azevedo Bastos, 35 anos, pintor automotivo, planejaram a chegada da filha. Nascida de parto normal, no dia 1º de janeiro, às 10h36, na maternidade do Hospital Santa Cruz, a menina vestida com uma roupa vermelha e a mãe ilustraram a capa da Gazeta do Sul em 2 de janeiro de 2020. “Nós estávamos muito contentes. Era o nascimento da nossa menina, que foi tão esperada. O que não imaginávamos era que uma pandemia estaria por vir e os planos tivessem que sofrer alterações”, conta a mãe.

A família teve de se adaptar e a mãe, que antes trabalhava fora, passou a ficar em tempo integral com as crianças, em casa. O convívio com outras pessoas também ficou restrito, em especial entre a neta e a avó paterna, de 70 anos, que reside em Rio Pardo. Além de ser do grupo de risco, a idosa tem problemas de saúde e teve de se resguardar. “Minha sogra passou um bom tempo sem visitar a Heloísa. Tínhamos medo, pois não sabíamos como a Covid-19 agia em crianças tão novas”, conta a mãe.

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“Foi um ano de dificuldades, em que a gente teve de se adaptar. Mas, mesmo com as coisas ruins que aconteceram, posso dizer que foi um ano bom, pelo fato de estar mais tempo com os meus filhos, de vê-los crescendo e se desenvolvendo. Em especial com a Heloísa, que foi muito diferente dos meninos. Eles tiveram que ir aos 4 meses para a creche porque eu estava trabalhando, e muita coisa eu não consegui acompanhar”, relata.

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Para 2021, a mãe espera que a situação melhore e a filha, que já está matriculada em uma escola de educação infantil, possa desfrutar da convivência com outras crianças.

“Mesmo com as coisas ruins que aconteceram, posso dizer que foi um ano bom, pelo fato de estar mais tempo com os meus filhos, de vê-los crescendo e se desenvolvendo.”

Fabiana Azevedo Renner – Mãe da Heloísa
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