Na comparação com a última eleição geral, o eleitorado de Santa Cruz do Sul está mais maduro e escolarizado neste ano. Números da Justiça Eleitoral apontam ainda um ligeiro crescimento na representatividade das mulheres.
Ao todo, 105.319 pessoas estão aptas a votar em outubro. Em 2018, eram 102.520. Os dados estratificados apontam que, há quatro anos, os eleitores analfabetos e os que somente liam e escreviam representavam 3,8%. Já neste ano, serão 2,7%.
Na outra ponta, os votantes com ensino superior completo aumentaram de 8,4% para 15%. Embora ainda seja a maior faixa (26,4%), o volume de eleitores com fundamental incompleto também caiu – era de 32,65%.
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Outra alteração significativa envolve a faixa etária. O número de eleitores adolescentes, que são desobrigados pela legislação eleitoral, teve uma pequena variação positiva, em um provável efeito das campanhas de estímulo ao alistamento eleitoral, passando de 0,55% para 0,81%. O percentual com mais de 70 anos, porém, cresceu mais – de 9,7% para 13,1%.
No caso da divisão por gênero, o crescimento é discreto, mas existe: o percentual de mulheres aumentou de 53,2% para 53,4%. Em termos numéricos, são 49.068 homens e 56.251 mulheres votantes.
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Segundo a cientista política Elis Radmann, o “envelhecimento” do eleitorado indica que a memória em relação à trajetória dos candidatos e governos passados pode ter forte influência na eleição. “A decisão de voto utilizará um ‘retrovisor’: os eleitores terão a capacidade de analisar e comparar as ‘figurinhas’ que vêm se repetindo”, observou. Conforme ela, enquanto eleitores mais velhos costumam ser mais preocupados com aspectos como moralidade política e economia, mulheres têm mais interesse por pautas sociais, como educação e saúde.
No que toca à eleição presidencial, que está no centro das atenções neste ano em função do antagonismo entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), as pesquisas nacionais apontam que o atual presidente se sai melhor entre os eleitores mais velhos e mais escolarizados, enquanto o petista é mais forte entre as mulheres.
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“No entanto, em 2018 as pesquisas também apontavam resistência feminina ao voto em Bolsonaro e ele terminou vencendo nesse segmento”, ponderou o cientista político Paulo Moura. Conforme ele, independentemente da estratificação, tudo indica que fatores como desempenho da economia e inflação vão liderar a preocupação da maioria das pessoas.
Já o cientista político e professor de Relações Internacionais Bruno Lima Rocha acredita que as três variáveis (faixa etária mais elevada, grau maior de instrução e predominância feminina) tendem a buscar temas que necessitam de políticas públicas, o que beneficiaria a centro-esquerda e esquerda, sobretudo as mulheres. “O voto mais perceptível do País é o voto feminino de classe. Quanto mais dura é a condição de vida, o voto feminino tende a ser mais sensível a questões como abastecimento do lar e perspectiva de futuro”, comentou.
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