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Eleito presidente, Ilário Keller defende sede própria para o Legislativo

Com apoio de 16 dos 17 vereadores, Ilário Keller (PP) vai presidir a Câmara de Santa Cruz pela quinta vez em 2021. A votação, realizada em uma rápida sessão extraordinária logo após a posse dos eleitos, garantiu a ele, que retorna ao parlamento após uma legislatura fora, um lugar na história: será o parlamentar com mais mandatos de presidente, ao lado de Bruno Agnes, que esteve à frente do Legislativo entre 1950 e 1953 e em 1960.

A eleição também revestiu-se de um caráter histórico na medida em que, pela primeira vez, a presidência será ocupada a partir de um acordo que prevê um rodízio entre as maiores bancadas ao longo dos próximos quatro anos, a exemplo do que ocorre há vários anos na Assembleia gaúcha. O acordo, costurado pelo líder de governo Henrique Hermany (PP) e sacramentado na última terça-feira, 29, envolveu PP, PTB, PSD, Republicanos e PSDB. As demais bancadas, porém, acompanharam – à exceção do PT, que se absteve. Foi a primeira vez em várias décadas que a eleição para presidência contou com apenas uma chapa.

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Em entrevista após ser confirmado presidente, Ilário agradeceu a confiança dos colegas e destacou a votação quase unânime. “Estou orgulhoso de ter tido esse apoio. Para mim, é unânime, pois a abstenção não é contra mim”, disse. Ilário também assegurou que irá manter o diálogo com os demais parlamentares. “Tudo vai ser discutido com os 17 vereadores”, garantiu.

Após dois anos adormecido, o debate sobre o futuro da sede do Legislativo deve voltar à baila este ano, já que o contrato de locação do prédio atual vence em março do ano que vem. Enquanto presidente em 2001, Ilário adquiriu um terreno na esquina entre as ruas Marechal Deodoro e Sete de Setembro com o objetivo de erguer ali uma sede própria para o poder. O projeto, porém, jamais avançou

Questionado, Ilário voltou a defender a sede própria – a Câmara gasta R$ 33,9 mil por mês em aluguel – e cogitou tanto a compra do atual prédio quanto a retomada do plano de 2001, alegando que o terreno é “muito bem localizado”. Afirmou, no entanto, que buscará uma “unanimidade de pensamento” com os colegas antes de tomar a decisão.

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Pelo acordo, o PTB assumirá a presidência em 2022, o Republicanos em 2023 e o PSDB em 2024. O PSD abriu mão, mas em contrapartida terá a vice-presidência este ano e no ano que vem.

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A MESA DIRETORA EM 2021
Ilário Keller (PP) – presidente
Licério Agnes (PSD) – vice-presidente
Gerson Trevisan (PSDB) – primeiro-secretário
Daiton Mergen (MDB) – segundo-secretário

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“Precisamos mostrar que aqui se trabalha sério”

Ilário assumirá a Câmara após um ciclo marcado por denúncias que levaram à cassação de três vereadores no ano passado e até à prisão de um parlamentar em 2019. Questionado sobre como recuperar a imagem do Legislativo, o novo presidente afirmou que esses episódios estão “no passado” e lembrou a renovação histórica de 60% na composição da Casa na última eleição. “Precisamos mostrar para a sociedade que aqui se trabalha sério e que não tem mais lugar para esse tipo de coisa”, falou.

Sobre as medidas implantadas nos últimos anos por pressão do Ministério Público, como a implantação de ponto biométrico e regras mais rígidas de controle de jornada dos assessores, Ilário disse que não pretende “mudar nada”, mas admitiu a possibilidade de “algum ajuste”. “O que foi feito para o bom encaminhamento dos trabalhos da Câmara deve permanecer. Temos que ter o cuidado para não engrossar, para que os gabinetes tenham liberdade de trabalho, mas também tem que ter controle e fiscalização”, disse.

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