Com uma carreira política que iniciou há 43 anos, Rui Beise se elegeu novamente em 15 de novembro e tomou posse nesta sexta-feira, 1º. Além das mais de quatro décadas de serviço público, ele bateu o recorde de eleições municipais seguidas em Candelária – foram 11 vezes, exercendo os cargos de vereador, vice-prefeito, prefeito interino e secretário e integrando todas as administrações municipais. Na reeleição mais recente de 2020, aos 66 anos, obteve 568 votos para ocupar uma das 13 cadeiras na Câmara, se tornando o vereador há mais tempo na ativa.
A trajetória política começou aos 23 anos. “Era do interior e vim para a cidade para estudar. Concorri por influência de líderes que me incentivaram. Eu entrei e fiquei até hoje”, conta Beise. Natural da localidade de Quilombo, o jovem estudou no Colégio Nossa Senhora Medianeira, onde completou o curso ginasial e depois realizou o curso técnico em contabilidade no Colégio Ulbra Concórdia. Depois concluiu a graduação em Administração na antiga Faculdades Integradas de Santa Cruz do Sul (Fisc).
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Em 1976, trabalhou em um posto e um restaurante e se candidatou com o apoio de Clairton Grehs e Arno Radünz. O jovem, que nem esperava ser eleito na primeira tentativa, ficou como suplente de Ronildo Gehres, que assumiu uma secretaria da Prefeitura. Assim, ingressou na Câmara pela primeira vez em 1977. Em sua terceira eleição, em 1982, Beise concorreu a vereador pelo PDS. Fez campanha ao lado de Silvérius Kist, como deputado estadual, e Telmo Kirst, prefeito de Santa Cruz do Sul que faleceu no último dia 20. Na época, ele concorreu a deputado federal.
Rui Beise seguiu atuando no Legislativo até 2000, quando foi eleito vice-prefeito na chapa de Elcy Simões de Oliveira. Em 2004, o político retornou à Câmara, onde ficou até 2008, voltando a ser vice-prefeito, desta vez ao lado de Lauro Mainardi. Em 2012, foi vice novamente, com o prefeito Paulo Butzge, e em 2016 se tornou vereador mais uma vez. Durante a carreira, presidiu a Câmara de Vereadores duas vezes, em 1994 e 2000, e assumiu a Prefeitura como interino em 18 ocasiões.
Foram 11 mandados seguidos desde 1977, dos quais oito como vereador, completando 43 anos de vida pública nos partidos Arena, PDS, PDT e atualmente PSB. Foi o primeiro secretário de Assistência Social, quando a pasta foi criada em 2001, e o primeiro secretário de Indústria e Comércio, em maio de 2010, além de ter comandado as pastas de Saúde – em mais de uma ocasião –, de Agricultura e do Planejamento. “A maioria das vezes, os prefeitos me convidavam para ser secretário, e fui secretário diversas vezes. Eu saía da câmara e atuava no Executivo”, conta.
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Carreira construída no Legislativo e no Executivo
O local onde Rui Beise costuma fazer mais votos é na localidade de Quilombo, onde nasceu, mas também é forte na cidade. Apesar de ter sido reeleito com 568 votos no pleito mais recente, ele conta que foi uma campanha prejudicada pela pandemia. “Essa foi bem difícil porque sou do grupo de risco. Usei um pouco a rede social, o rádio e o conhecimento que tenho das pessoas, mas não fiz muitas visitas, até porque as pessoas nem queriam visitas”, explica. Um dos objetivos no novo mandato é aproveitar que o novo marco regulatório do saneamento básico foi aprovado no Senado e realizar um debate para ver o que a sociedade tem a dizer sobre o tema.
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Para ele, um dos motivos de orgulho na carreira é o fato de ter sido reeleito em tantas ocasiões pelo povo. “Muitas vezes consegui desenvolver meu trabalho melhor como secretário, especialmente na Saúde. Na Câmara tu é um pouco limitado”, analisa. “Lutamos muito pela regionalização da saúde, discutimos o contrato da Corsan, feito em 2012, e buscamos a subestação da RGE, para termos energia.” Beise acompanhou a municipalização da saúde, conquistada em 1997, e esteve junto com a Associação Comercial e a Fiergs nas reuniões sobre a RSC-287. Também trabalhou ao lado de diversas entidades, destacando a atuação da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp).
Com tanto tempo de carreira na política, Rui Beise destaca as melhorias que ocorreram nestes mais de 40 anos. “A tecnologia melhorou muito, antes não tinha nem telefone. Houve um avanço tecnológico com a internet e, com o WhatsApp, o telefone comum está até atualizado.” Segundo ele, outro destaque é a maior transparência da atuação dos políticos. “As pessoas são mais envolvidas com política, acompanham mais de perto e estão sempre cobrando melhorias.”
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ASSINANTE DA GAZETA
Rui Beise, assinante da Gazeta do Sul desde 2010, conta que o hábito da leitura do jornal começou muito antes, quando o pai recebia os exemplares em casa. “Meu irmão tem transporte coletivo e leva a Gazeta para a região há 30 anos. Recebo a minha todos os dias às 7 horas da manhã”, relata.
O hábito é iniciar conferindo as notícias do dia, mas ele diz não ter uma seção preferida, lendo toda as páginas do início ao fim. O destaque fica com a política e o esporte, que o gremista acompanha com atenção. “Aqui em Santa Cruz eu gosto dos dois clubes, venho assistir aos jogos do Avenida e do Santa Cruz. Acho muito bom.”
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