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Eleições: mais do mesmo

Candidatos e partidos repetem um problema crônico no processo eleitoral. São omitidas questões importantes da administração pública, principalmente aquelas referentes ao orçamento, gestão e financiamento.

É uma característica comum. O desconhecimento e omissão sobre a natureza e origem das receitas e das despesas, seu custo social, a qualidade dos gastos públicos, o volume do desperdício, a composição e os custos do quadro de pessoal, por exemplo.

Sejam governistas ou oposicionistas, repetem o mantra do desenvolvimento econômico-social, porém, sem apontar o ônus, sem indicar de onde virá o dinheiro necessário.  

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Pela deliberada omissão ou incompetência, um pequeno desconto a favor dos candidatos. De fato, são questões que o grande público não entende facilmente. Há demasia de expressões técnicas e de difícil linguagem e compreensão.

Todavia, há diferentes maneiras de falar sobre o mesmo tema. Um bom exemplo é comparar gastos e receitas públicas com o orçamento de uma família. De onde vem o dinheiro, quanto gastamos com alimentação, moradia, educação, energia, água, internet, telefone, lazer, impostos, etc.

Mais: o que ainda precisa ser adquirido, quanto custará e, novamente, de onde virá o dinheiro. Quanto estamos devendo, quanto pagamos de juros nas compras parceladas e dívidas bancárias. Qualquer pessoa entende isso. 

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Candidatos e partidos agem como se o povo e nação não fossem a própria razão de existir do estado organizado. Pior: como se o dinheiro caísse do céu e de modo abundante! 

Ou seja, continuamos não falando sobre a natureza e a qualidade do gasto público, previsibilidade e dotação orçamentária, quantidade e qualidade dos serviços públicos, tamanho e o custo do estado necessário e seus limites de intervenção, e, obviamente, sobre tributos.  

Com o dinheiro público tomando rumos diversos dos interesses essenciais da população (através da corrupção e do desperdício) e a demagogia e o populismo desavergonhados se mantendo (ver opiniões contrárias ao saneamento das contas públicas), não é à toa que houve um elevado índice de abstenção, votos brancos e nulos na última eleição. 

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* “Contraponto” de hoje totaliza quinhentos artigos semanais e ininterruptos. Um compromisso que implica criatividade temática, responsabilidade e fidelidade aos fatos. Sobretudo, respeito com o leitor!

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