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Eleição é participação

“Acho que o povo brasileiro se comporta como criança mimada que, quando a mãe não dá o que quer, se vinga. Enquanto as pessoas estiverem buscando candidato carismático para votar, vai ser desse jeito aí. Brasileiro tem preguiça de procurar saber sobre as pessoas, quer que alguém solucione os problemas dele de forma rápida. Enquanto o brasileiro não aprender a analisar a caminhada do político, a acompanhar a vida política e social do país, vai ser dessa forma.”

A afirmação acima não é de um sociólogo ou comentarista político, mas do líder do Racionais MCs, Mano Brown, em recente entrevista. Trata-se de uma afirmação contundente, porém verdadeira, que resume a postura da maioria do eleitorado que busca soluções simples, sem envolvimento ou busca de informação sobre os representantes que elege. Ele disse mais:

– Cada ano, o brasileiro escolhe um motivo para votar. O Collor porque era bonito. O Lula ganhou porque tinha aquela pressão por mudança em cima do Fernando Henrique. Existia fome, existia uma defasagem de classe. A massa queria ver a coisa mais justa. No segundo mandato da Dilma, todos os direitos e benefícios conquistados tiveram um ligeiro declínio e o povo gemeu. Sentiu a mudança e procurou uma solução rápida: derrubar a Dilma. Não foi o povo que a derrubou, mas foi complacente e conivente – acrescentou o músico.

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O eleitor cobra ética e respeito às leis de candidatos e autoridades. Mas comete inúmeras infrações no dia a dia. Estaciona em lugar preferencial e não devolve o troco a mais recebido no caixa. Também dirige com excesso de velocidade, respeitada só quando há um controlador ou agente de trânsito.

A busca de informação sobre os nomes colocados à disposição é um exercício de paciência desenvolvido junto às redes sociais. No mundo globalizado, é inadmissível afirmar que os pretendentes ao mandato – qualquer um! – são desconhecidos. Para isso, porém, é preciso envolvimento, preocupação concreta e comprometimento com o futuro de nossa cidade, Estado e do Brasil.

Em poucos dias se inicia o horário eleitoral gratuito, odiado por muitas pessoas. Mas trata-se de um instrumento fundamental para a cidadania. Se algum candidato chamar a sua atenção no rádio ou TV, busque referências, conheça suas ideias já colocadas em prática, as experiências anteriores. Depois, faça contato com o próprio personagem, acesse o site, Twitter ou Facebook.

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Afirmar que “todos são iguais” é duplamente equivocado porque nos torna agentes passivos do processo eleitoral, que não prescinde da figura do eleitoral. Além disso coloca, todos os candidatos no mesmo patamar. A generalização, em tudo, constitui enorme injustiça. Há gente boa em todos os lugares, segmentos e partidos políticos.

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