Um dia após o desembargador Rogério Favreto conceder liberdade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o advogado e desembargador aposentado Ruy Gessinger comentou a decisão. Em entrevista à Rádio Gazeta na manhã desta segunda-feira, 9, ele questionou a “pressa” para despachar o processo.
“No momento em que entraram em ação a Procuradoria da República e outras instituições pasmadas com o que estava acontecendo, ele começou a apressar o cumprimento da decisão. Nunca vi, na minha vida, acontecer isso. Não era algo que tivesse uma pungência assim. Para prender levou três dias, então, vamos esperar um pouquinho e ver como funciona a coisa. Mas ali se buscava o fato consumado e, portanto, foram horas tristes para o judiciário brasileiro”, disse Gessinger.
O pedido de habeas corpus para tirar Lula da cadeia foi protocolado 32 minutos após o início do plantão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), na noite de sexta-feira, 6. O plantão no TRF-4, a segunda instância da Operação Lava Jato, começou às 19 horas daquele dia. O pedido pela liberdade de Lula entrou às 19h32 e, às 9h05 desse domingo, 8, o desembargador Rogério Favreto, plantonista na Corte, concedeu liberdade ao ex-presidente.
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“Se fosse cumprido, havia um risco muito grande de ser revogada essa ordem”, acrescentou Ruy. “Para prender o ex-presidente Lula se agiu com toda calma. Para soltar, nada mais óbvio que agir com muito cuidado, pisando em ovos para ver se não comete nenhum erro”, comentou o desembargador aposentado.
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Gessinger também contestou a postura de Favreto. “A primeira coisa que um juiz tem que fazer, mesmo que tenha sido aprovado num concurso, é falar consigo mesmo. Sou competente para despachar esse processo? Por exemplo, sou um juiz estadual, estarei eu competente para uma ação contra a união federal?”.
Lula está preso desde 7 de abril, há 93 dias. O petista foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro a 12 anos e um mês de prisão no caso do triplex do Guarujá (SP).
Ouça a entrevista na íntegra:
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