A motivação para ajudar e o constante movimento de Luciana Antônia Tremea talvez sejam resultado do amor que ela alimenta pela vida. É no voluntariado e nas atividades que desempenha que a Lu, como é conhecida, encontra a vocação de estar sempre atenta às necessidades do outro. Quem a conhece sabe que é difícil vê-la parada. Entre um telefonema para tratar de alguma doação que precisa realizar e a parada para um café, conta que tudo começou quando dava aulas para formação de garçons e garçonetes no Bairro Santa Vitória. Natural de Anta Gorda, Luciana, que agora tem 53 anos, mudou-se para o município do Vale do Rio Pardo aos 21, para cursar Economia. Chegou a se formar, mas se encontrou na área do Turismo. Começou, então, a segunda graduação, também na Unisc.
Quando teve contato com a dura realidade de famílias do Santa Vitória, em 2006, Lu já fazia trabalho voluntário na Associação Comunitária Pró-Amparo do Menor (Copame) e na Associação de Auxílio aos Necessitados (Asan). “Fui dar aula e vi a carência. Naquele ano, me convidaram para participar da festa de Natal. Não fui, mas ajudei a comprar coisas. No outro ano, fui e já levei mais duas ou três pessoas, depois nove. No ano seguinte, já foram 20”. A partir disso, surge o Grupo do Bem, fundado por Luciana e amigas que ela já conhecia de outros trabalhos voluntários.
“Foi seu Roque, líder comunitário do Santa Vitória, que deu o nome do grupo. Ele nos chamava de Grupo do Bem. Começamos a ajudar não só no Natal, mas em ações do ano inteiro. Em 2019, as gurias fizeram um Facebook, para divulgar”. A página na rede social ajudou o grupo a se tornar mais conhecido em Santa Cruz, mas a pandemia e os trabalhos feitos em parceria com a Prefeitura, para suprir as necessidades que vieram com a crise, colaboraram para a maior amplitude. “Apesar de desafiador, 2020 foi o ano em que o Grupo do Bem se consolidou. As pessoas passaram a conhecer e reconhecer o trabalho. Em nosso grupo do Whats, éramos umas 60 pessoas no início da pandemia; hoje, somos 195.”
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Luciana é mestre em Desenvolvimento Regional pela Unisc e também dá aulas na universidade. Porém, neste ano, solicitou licença não remunerada para se dedicar ao voluntariado e também a si. Hoje, conta com o apoio do esposo, Jaime Laufer, e do filho, João Vitor. “Eles são superparceiros. Se não, não daria certo.” Mesmo dedicando todos os dias às ações no grupo, ela afirma que é possível conciliar. “Minha vida é isso. Eu gosto de estar em várias coisas, sou intensa em casa e na rua. Minha mãe tem 92 anos, mora em Doutor Ricardo, vou para lá e fico com ela. Com família, filho, damos um jeito. A vida é muito boa. Alguns me chamaram de louca por parar de trabalhar para me dedicar a isso, mas dinheiro não é tudo.”
Lu enfatiza que o voluntariado é uma atividade recompensadora. “Quem ganha mais não é quem recebe um rancho, um móvel ou um brinquedo. Quem mais ganha somos nós. O voluntariado se resume a gratidão.”
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