A região arrozeira dos Vales do Rio Pardo e Botucaraí, numa área delimitada de Venâncio Aires a Cerro Branco e de Santa Cruz do Sul ao norte de Encruzilhada do Sul, apresentará 20,3% de perdas na safra 2015/16. O prejuízo chega a um milhão de sacas de 50 quilos em 11 municípios, em valores que devem se aproximar dos R$ 100 milhões. Somente em valor pago ao arrozeiro pela saca de 50 quilos do grão em casca, são R$ 44,2 milhões (R$ 44,20 x 1.000.000). Das 230 mil toneladas previstas, 180 mil serão colhidas.
O cálculo leva em conta apenas a diferença entre a produção projetada a partir da área plantada e a produtividade média estimada em comparação com o rendimento e o volume de colheita efetivamente feitos, sem considerar o potencial de crescimento. Ou seja, o prejuízo pode ser maior. A colheita 2015/16 foi encerrada com as colheitadeiras operando nos últimos 600 hectares da Região Central com um mês de atraso, segundo o agrônomo Pedro Hamann, coordenador do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) na Depressão Central.
O excesso de chuvas iniciado em setembro de 2015, enchentes históricas do Rio Jacuí e seus afluentes e muitos dias nublados, decorrentes do fenômeno El Niño, geraram atraso na semeadura – que deveria acontecer até 10 de novembro –, alagamentos, perdas de insumos, replantio de algumas áreas e queda na produtividade. A descapitalização e a dificuldade de acesso ao crédito oficial pelos rizicultores também somaram para o atraso.
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Preço ao consumidor já está subindo
O preço do arroz ao consumidor já está subindo nos supermercados. Nos últimos 15 dias, em Santa Cruz do Sul, algumas marcas, como a Blue Ville, tiveram os valores elevados de R$ 2,28 para R$ 2,38 o quilo, em algumas redes. E devem subir mais. No entanto, Antonio da Luz, economista chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), explica que por se tratar de um produto de cesta básica muito barato, o reajuste nos preços do arroz não terá tanto impacto.
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