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Efeitos do fenômeno La Niña devem caracterizar a primavera neste ano

A primavera que começa nesta quinta-feira, 22, será mais uma estação sob os efeitos do fenômeno La Niña no Brasil. As águas mais frias ao longo do Oceano Pacífico Equatorial podem provocar queda nas temperaturas médias e também chuvas irregulares na Região Sul do País. Isto é, pode chover mais ou menos do que o normal, e com variações de volume entre os municípios e as regiões. Já no próximo fim de semana, uma massa de ar polar deve derrubar os termômetros, e há risco de mínimas abaixo dos 5 graus, com chance de geada.

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Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), uma nova ocorrência do La Niña na primavera é incomum e seria somente a terceira consecutiva em 40 anos. No Brasil, tradicionalmente, o fenômeno atua trazendo mais precipitações às regiões Norte e Nordeste e menos chuva no Sul. Ainda assim, o Inmet salienta que a cada ano há diferenças e há também outros fatores que devem ser considerados ao prever os impactos no período. É possível, inclusive, que as temperaturas do Pacífico se normalizem nos próximos meses e haja neutralidade.

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Esse cenário de incertezas causa preocupação ao setor do agronegócio. Em seus boletins, a MetSul Meteorologia já alertava em junho e agosto sobre a possibilidade de uma segunda metade da primavera e início do verão com irregularidade de chuvas, situação que pode causar impactos negativos na agricultura. O risco acentuado é para o milho, cultura menos resistente ao estresse hídrico e que costuma acumular perdas expressivas quando há registro de estiagem no Rio Grande do Sul.

Conforme Josemar Parise, extensionista rural da Emater/RS-Ascar, as culturas de inverno não devem sofrer reflexos significativos com esse possível déficit de chuvas em função das temperaturas amenas e da maior umidade relativa do ar nos próximos meses, provocando menor perda de água no solo por evaporação. No verão, contudo, essa realidade se inverte e os cereais da estação precisam de precipitações mais regulares e volumosas para garantir a umidade do solo e o bom desenvolvimento das plantas.

Para mitigar esses impactos, Parise recomenda aos produtores que façam um bom manejo e boa correção da terra. “Nós temos comprovado em unidades de referência tecnológica ao longo das últimas safras que a resposta das culturas é bem maior quando se tem um solo bem manejado”, enfatiza. Com isso, a estiagem afeta menos as lavouras e o produtor, por consequência, tem menos prejuízos. O extensionista orienta ainda a contratação de um seguro junto com o financiamento rural.

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Passagem de ciclone vai trazer chuva e frio no restante da semana

Desde o fim de semana, um ciclone extratropical presente na costa sul do Brasil provocou ventos fortes sobre o oceano, deixando o mar agitado. De acordo com a Climatempo, nessa terça-feira, 20, a circulação de ventos reforçava as instabilidades nessas regiões, assim como no Centro-Oeste do País, sendo alto o potencial para temporais. De forma geral, esta semana será marcada por muita chuva, com alto risco para alagamentos, e frio.

“Uma área de baixa pressão atmosférica entre o Paraguai, a Bolívia e o Centro-Oeste do Brasil, combinada com a circulação de ventos, transportam nuvens carregadas sobre grande parte do Paraná, interior de São Paulo, centro e leste de Mato Grosso do Sul, e aumenta o risco de temporais”, informou a Climatempo.

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Na Região Sul, as temperaturas ficam mais amenas. No centro-leste do Rio Grande do Sul, o tempo fica nublado, com chuva de fraca a moderada e ventos de 40 a 50 quilômetros por hora no litoral, devido à formação e ao avanço de uma frente fria pelo Estado.

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Vistoria no programa de cisternas

A Secretaria Municipal de Agricultura (Seagri) está realizando visitas técnicas às propriedades de agricultores beneficiados com o Programa Municipal de Incentivo à Instalação de Cisternas. De acordo com o titular da pasta, Hardi Lucio Panke, as visitas têm como objetivo orientar e fiscalizar os produtores rurais sobre a instalação das cisternas de forma correta, possibilitando melhor armazenamento de água nos períodos de escassez.

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O município de Santa Cruz do Sul, por meio da Seagri, já repassou 160 cisternas para agricultores, sendo 60 unidades com capacidade de 10 mil litros e 100 unidades de 5 mil litros. Ainda de acordo com Panke, com a previsão de redução dos volumes de chuva nos próximos meses, é fundamental que as cisternas estejam em condições para o melhor aproveitamento dos que foram beneficiados.

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Guilherme Bica

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Guilherme Bica

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