O 4 de setembro é o Dia Nacional da Saúde Sexual, uma estratégia para relembrar a importância de um tema ainda pouco incluído nas conversas diárias. Entre jovens e adultos, a educação sexual precisa ser popularizada. Embora ainda seja carregado de preconceito e tabu, o assunto pode ajudar os jovens na proteção da saúde e do próprio desenvolvimento sexual. Já para adultos, pode ser uma forma de entender melhor as relações, tanto físicas quanto emocionais.
Alguns dados apontam a necessidade de o tema estar na rotina. Cerca de 24,3% dos estudantes tiveram a primeira relação sexual com 13 anos de idade ou menos; 40% não usaram camisinha na última relação que tiveram. Além disso, 7,9% das meninas já engravidaram alguma vez na vida. Os dados são da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2019, que entrevistou estudantes de 13 a 17 anos das redes pública e privada.
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A saúde sexual, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é a integração dos aspectos somáticos, emocionais, intelectuais e sociais do ser sexual de maneira a fortalecer a personalidade, a comunicação e o amor. A educação ajuda a potencializar a procura por essa saúde, que, por sua vez, pode ajudar a população a entender melhor as ações e consequências de cada ato sexual para o corpo físico e a saúde emocional.
“A educação é mostrar para a criança a naturalidade das coisas. É importante que ela tenha conhecimento e aprenda que essa área genital faz parte do corpo e deve ser respeitada”, explica a ginecologista Renata Becker Jucá, integrante da Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana.
Porém, por ainda ser um tema tabu na sociedade, os próprios pais – qe muitas vezes não tiveram acesso a uma educação sexual de qualidade – também não sabem a melhor forma de introduzir o assunto aos mais novos. Por isso, é cada vez mais necessário que as escolas busquem profissionais qualificados para ensinar o assunto em salas de aula.
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Com isso, uma problemática surge: a falta de capacitados no ramo. “Existe muito medo de se buscar esse tipo de conhecimento. A rede escolar precisa buscar esse tipo de preparo”, comenta Jucá.
Manter o espaço aberto para diálogos
Pela dificuldade de capacitação dos professores, também é importante que o espaço para diálogos permaneça aberto no ambiente familiar, para que a criança tenha um amparo quando tiver questionamentos e não busque se informar por meios errôneos.
“As crianças geralmente iniciam com masturbação e são muitas vezes reprimidas. Isso é uma educação negativa, então, o adulto tem que aprender a lidar com esses casos”, continua Jucá.
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Jucá diz que quando a adolescente tem a primeira menstruação, ela já está apta a engravidar e precisa ser instruída. “É importante que aconteça uma conversa muito clara sobre métodos contraceptivos, porque geralmente ela já tem experiência em toques e trocas, e elas têm muita curiosidade.”
Ela ressalta que, mesmo que os pais não se sintam confortáveis com o assunto, o tema ainda precisa ser mencionado. E profissionais da saúde podem auxiliar nisso, como urologistas e ginecologistas, de preferência buscar por médicos membros da Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana (SBRASH).
Educação sexual também para adultos
Se para crianças a educação sexual é um meio de ajudar os pequenos a conhecerem e entenderem o próprio corpo, para adultos, as propostas são mais amplas. Cada vez mais homens e, principalmente, mulheres buscam novas formas de exercitar a liberdade sexual e reaprender sobre desejos, prazeres e relações afetivas.
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Isso porque as relações sexuais são historicamente atreladas ao desejo masculino. Nos dias atuais, as mulheres já procuram um prazer próprio, mas a forma de chegar até as informações pode prejudicar as relações. “Nas redes tem muita coisa equivocada. Temos muitas blogueiras falando sobre ter orgasmo, mas esse não é o único foco. Algumas mulheres se preocupam muito com isso, mas, na verdade, é um conjunto de coisas”, diz a ginecologista.
Renata Becker Jucá ressalta a importância de cuidar da saúde de diversas esferas durante os atos. Isso significa valorizar a resposta sexual do corpo, mas também dos sentimentos. Priorizar a criação de um vínculo afetivo saudável para a mente com o parceiro vai causar resultados também na relação física.
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