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Educação, sempre!

O noticiário da semana passada exigiu esforço emocional. Dois temas dominaram as manchetes: o julgamento dos réus no caso do menino Bernardo – em Três Passos – e o massacre na Escola Estadual Raul Brasil, no município paulista de Suzano. A questão infantil mobiliza, sensibiliza, emociona e, como nestes casos, causa profunda revolta.

“Para casar, batizar e dirigir um veículo, por exemplo, a gente é obrigado a fazer um curso. Mas para ter um filho… basta querer!”, reclamava minha falecida mãe, Dona Gerti, que estava coberta de razão.

A falta de maturidade é determinante para explicar situações absurdas que se presencia nos mais diversos ambientes. Em Porto Alegre tivemos madrugadas de terror protagonizadas em sua maioria por jovens. Eles beberam, brigaram e depredaram patrimônio público e privado. O bairro é referência cultural. E zona de guerra onde brigadianos são intimidados a garrafadas.

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O negligenciamento inantil é um vírus que explode em revolta na adolescências. A omissão dos pais, que sequer sabem o nome de colegas e dos melhores amigos mais próximos dos filhos, é desculpada pela “falta de tempo desta vida tão corrida”. É óbvio que os compromissos aumentaram com a modernidade. As mães têm desafios cada vez mais urgentes e variados, mas é preciso reservar um tempo para educar, legar valores, conhecer a vida dos filhos, cobrar comprometimento e princípios.

Bernardo foi negligenciado. Buscou apoio e colo em pessoas próximas que, por mais carinhosas que fossem, não conseguiriam suprir a expectativa em relação aos pais. Acompanhei uma audiência em Três Passos há alguns anos. Fiquei chocado com os depoimentos de total descaso do pai e do egoísmo da madrasta. Não cabe julgá-los, mas é preciso levar em consideração o que ocorreu. Há muitos casos próximos de todos nós.

O massacre da escola paulistas envolve bullying, revolta, abandono familiar e violência estimulada por jogos agressivos. Inocentes foram mortos pelos descontrole, fruto do desleixo familiar e abandono diante de jovens que precisam de afeto e limites. A convivência familiar é um desafio diário onde um dos atores sempre atravessa um momento difícil. Apaziguar, agir com equilíbrio e paciência é uma fórmula, eficiente, mas de difícil execução porque há muitos sentimentos envolvidos. O emocional suplanta o racional.

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As manchetes macabras da semanas que passou mais do que luto devem suscitar uma reflexão sobre o papel dos pais no mundo cada vez mais conectado. Conteúdos de gosto duvidoso transitam livremente na internet, entram pelo smartphone e estão ao alcance de toque. Ficar atento deixas os pais extenuados, mas não se pode esmorecer.

Educar exige perseverança, dedicação, paciência e o exercício eterno do perdão. Sem isso, as tragédias que povoaram a mídia recentemente se tornarão cada vez mais rotneiras.  

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