Cada vez mais lembrada, a educação financeira é pauta de programas de rádio e televisão; de artigos em jornais, revistas, na internet; de assunto nas conversas informais; de tema de palestras, cursos ou workshops nas escolas, empresas, associações, igrejas, nos lares.
Muita gente ainda confunde educação financeira com ensino da matemática financeira ou, ainda, reduz a abordagem a questões puramente técnicas, que são importantes, mas que limitam seu significado, como pesquisar preços, elaborar um orçamento, saber fazer alguns cálculos matemáticos, evitar o endividamento, conhecer os produtos financeiros e melhores estratégias de investimento. O que é, afinal, educação financeira? Na definição da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (entidade internacional, com sede na França, formada por 34 países, inclusive o Brasil, que aceitam princípios de democracia representativa e economia de livre mercado) -, “educação financeira é o processo mediante o qual os indivíduos e as sociedades melhoram a sua compreensão em relação aos conceitos e produtos financeiros, de maneira que, com informação, formação e orientação possam desenvolver os valores e as competências necessárias para se tornarem mais conscientes das oportunidades e riscos neles envolvidos e, então, poderem fazer escolhas bem informadas, saber onde procurar ajuda e adotar outras ações que melhorem o seu bem-estar.”
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Pode-se afirmar, então, que um dos principais objetivos da educação financeira é ajudar as pessoas a estabelecerem uma relação mais saudável com o dinheiro. Mas, não é só isso. Complementando a definição da OCDE, trata-se de uma ciência que pretende promover uma mudança de comportamentos, hábitos e costumes em relação dinheiro. O objetivo da educação financeira é a realização de sonhos e não o consumo imediatista. Com uma boa educação financeira as pessoas melhoram suas atitudes e posturas com o dinheiro, passando a ter mais tranquilidade, segurança, conforto e prazer. Educação financeira é um instrumento de cidadania.
Para muita gente, existe uma questão político-filosófico-ideológica ainda não resolvida. Até que ponto a situação financeira de uma pessoa é o resultado de suas decisões ou determinada por circunstâncias externas, de natureza econômica, social ou cultural? Pessoas de tendências mais à esquerda da política que, não poucas vezes, se auto intitulam “defensoras dos pobres”, acreditam que o indivíduo tem pouca ou nenhuma responsabilidade sobre sua situação financeira, sendo um mero “joguete” nas mãos de interesses maiores, como patrões exploradores, governantes sem preocupação social, etc. Já quem está mais à direita, atribui uma importância maior à responsabilidade individual, acreditando que seu sucesso financeiro depende de seu esforço, habilidade, conhecimento pessoal.
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Enquanto não se define qual das duas visões seja a mais correta, devendo existir, obviamente, um “ponto de equilíbrio” entre elas, é fato que, conforme avaliação da dra. Anamaria Lusardi, indicada pelo NY Times como uma das seis economistas mais influentes do mundo, a maioria das pessoas se acham melhores em finanças do que realmente são, o que, na prática, é desmentido pelo alto índice de endividamento e, evidentemente, dificulta a disseminação de conhecimento nessa área. Mesmo assim, como já acontece em vários países, no Brasil também existem inúmeras iniciativas, a maioria delas restritas às finanças pessoais, isto é, recomendações técnicas de como montar uma planilha de orçamento, de pesquisar preços, de não gastar mais do que ganha, de poupar, de dicas de investimentos, etc. Já a DSOP Educação Financeira – www.dsop.com.br -, criada por Reinaldo Domingos – educador e terapeuta financeiro, autor de livros e, acima de tudo, uma pessoa simples e de muita fé em Deus – vai muito além. Além de reconhecer a importância das questões técnicas, a metodologia DSOP foca o comportamento das pessoas com relação ao dinheiro. Desenvolvida sobre 4 pilares – Diagnosticar, Sonhar, Orçar e Poupar – a metodologia da DSOP já foi adotada por diversas prefeituras, empresas, pessoas, famílias e mais de 1.800 escolas públicas e privadas que se anteciparam à Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef). O mentor da DSOP acredita, com base nos resultados positivos alcançados por mais de dois milhões de pessoas e famílias, que, com a absorção e vivência da metodologia pelos brasileiros, está contribuindo para uma mudança de comportamento das pessoas em relação ao uso e à administração de seus recursos financeiros e para a formação de uma sociedade mais consciente e sustentável.
Educação financeira também se aprende ou seria aquele tipo de conhecimento ou habilidade que alguns tem, outros não? Todos podem aprender a administrar bem o seu dinheiro. O passo fundamental é conscientizar-se de que isso é possível e, em muitos casos, necessário. Muitas vezes, exige uma mudança pessoal que, como em qualquer área da vida, é um desafio. Olhar a situação com clareza, maturidade e decidir construir dias mais tranquilos e saudáveis são atitudes que podem ajudar a vencer esse desafio. Claro, dicas adquiridas em artigos de jornais ou revistas, em sites da internet, até em livros, palestras, cursos, workshops, etc., são importantes e podem, pelo menos, despertar o interesse e ações para lidar melhor com o dinheiro. Mas, em alguns casos, o melhor a fazer é buscar ajuda de especialistas, como se faz em qualquer área de nossa vida, seja na saúde, na manutenção da casa ou no conserto do carro. Lembrar-se sempre que dinheiro não existe só para sobreviver, muitas vezes, “a pau e corda”, empatando receitas e despesas. O fim maior do dinheiro é realizar sonhos.
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