Educação e comunicação: pela paz

Duas circunstâncias recentes da educação e da comunicação convidam a sociedade a uma reflexão séria e urgente nos dias atuais, neste segundo final de semana de Oktober 2021, quando muitas atrações aguardam pelos visitantes no parque. E este registrou um feriado de Dia das Crianças e de Dia de Nossa Senhora Aparecida com a família marcando presença, em especial a garotada e a turma da maturidade ativa.

A semana que foi de festa e de atrativos culturais, artísticos, gastronômicos e de negócios na Oktober também se encerrou com a comemoração do Dia do Professor, na sexta-feira. Essa é uma data que requer inadiável posicionamento no mundo contemporâneo, no qual, ao que tudo indica, educação e qualificação pessoal e profissional deixaram de ser prioridade. O desmantelamento público dos ambientes de ensino e aprendizagem tem se revelado evidente e inquietante, e cada semana traz mais uma notícia desanimadora. A exemplo do corte brutal nos recursos para a ciência e a pesquisa agora anunciado.

Se isso de fato se confirmar (embora a simples conjetura já seja estarrecedora), é como se as atuais e as futuras gerações, os filhos e os netos dos que hoje se encontram em idade ativa, tivessem suas perspectivas de realização plena praticamente aniquiladas. E, porque o espírito científico (leia-se, a capacidade de prospectar tecnologias e soluções, de inovar e ser competitivo) anda tão combalido, a Gazeta do Sul dedicará máxima atenção a cobrir a Feira de Ciências – Inovação e Sustentabilidade, da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), em parceria com a 6a Coordenadoria Regional de Educação (CRE), entre os dias 20 e 22 de outubro. Num tempo em que se registra tão pouco aval público à educação e à pesquisa, mais do que nunca elas requerem visibilidade, apoio e defesa.

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Se a educação e a ciência exigem ser prioridade, não é diferente com o combate às fake news e à desinformação, essa praga que, obviamente, está atrelada a interesses de poder, e antidemocráticos, e que parece contaminar tanto quanto um vírus. A atribuição do Prêmio Nobel da Paz a dois jornalistas, a filipino-americana Maria Ressa e o russo Dmitry Muratov, é o recado claro da sociedade global de que a esperança de termos e de vivermos em um mundo com mais paz e harmonia passa por uma imprensa que resista e persista, que mantenha a todos informados e atualizados sobre a verdade dos fatos, e não sobre as versões interesseiras, manipuladas e editadas que grupos compartilham e disseminam em WhatsApp e redes sociais. Nessas versões, não raro ocorre a inversão absoluta do que se entende por comunicação e informação: notícias são taxadas de fake news, e fake news se apresentam como a verdade, emitida não se sabe onde, não se sabe quando, e muito menos por quem. Educação e comunicação: pela paz! Bom final de semana.

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