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Educação básica da região vai ter R$ 200 milhões este ano

O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) deverá ser reajustado em 4,57% para pagamento neste ano. A estimativa é feita pelos ministérios da Educação e da Fazenda, com base na elevação da arrecadação fiscal dos estados e municípios brasileiros durante o ano passado.
O fundo é calculado em cima do desempenho fiscal da economia de cada município e representa parte do custeio mensal das prefeituras com a educação básica. Com base na estimativa federal, a região deverá alcançar a marca dos R$ 200 milhões até o fim de 2018. 

Para a coordenadora regional da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Joice Battisti Gassen, o custo de manutenção da educação é muito superior ao valor médio repassado pelo fundo. “Ao mesmo tempo em que o valor é insuficiente, existe uma obrigação cada vez maior com despesas, como o transporte escolar, por exemplo.” 

Dependendo da rota a ser percorrida, o custo do quilômetro trafegado pelo transporte escolar pode até triplicar. É o caso de Venâncio Aires, onde o gasto oscila de R$ 3,00 a R$ 9,00, sendo alterado conforme a geografia e as condições das estradas no interior. “E estamos falando aqui de um transporte diferenciado. Além do motorista, para transportar crianças é preciso ter um monitor, que supervisiona o embarque e desembarque dos alunos”, destaca Joice, que também é secretária Municipal de Educação em Venâncio Aires. 

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A Undine é um colegiado que faz parte da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) e é o braço local da instituição que é atuante em todo o território nacional.

Outras verbas também estão defasadas

Além do Fundeb, existem outras verbas federais e estaduais que ajudam a manter a educação básica. Porém, os valores repassados por meio delas também não acompanham o custo real das despesas.

A alimentação é uma delas. O repasse para a merenda escolar para aluno de turno integral está fixado em R$ 1,20 por criança. Este repasse deveria custear seis refeições diárias para crianças do turno integral. “Se recursos como este fossem corrigidos, o montante do Fundeb não precisaria aumentar tanto”, compara Joice.

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Saiba mais

O Custo Aluno-Qualidade (CAQ) foi desenvolvido pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que conta com o apoio de empresas do setor privado, e supervisionada pela Organização das Nações Unidas (ONU), por meio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

A diferença

Em Santa Cruz, o valor médio recebido por aluno via Fundeb é de R$ 400 por mês. Já o total gasto, no mesmo período, é de R$ 900.

Em Santa Cruz, maior parte dos recursos vai para salários

Santa Cruz do Sul é o município que detém o maior valor do Fundeb na região do Vale do Rio Pardo e Centro-Serra. Mais que um quarto do total estimado para os 28 municípios acaba ficando em Santa Cruz, que igualmente precisa complementar com mais do que o dobro o custeio da educação municipal. 

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De acordo com a secretária Municipal de Educação, Jaqueline Marques, os valores recebidos via Fundeb são aplicados praticamente de forma integral no pagamento dos salários dos profissionais da pasta. “Desde 2013, o salário dos professores é pago de acordo com o piso da categoria. Neste sentido, o valor do investimento em educação sempre é grande.”

Jaqueline explica que existe um estudo para criar uma nova fórmula de cálculo para tentar substituir o Fundeb. O Custo Aluno-Qualidade (CAQ), segundo ela, seria uma maneira mais adequada de determinar os repasses para a educação. A estimativa do valor médio do CAQ por aluno é de R$ 7 mil por ano. A cota é muito acima dos R$ 3,9 mil, que representam a aplicação média repassada no Rio Grande do Sul durante 2017.

Conforme a secretária, em Santa Cruz do Sul, a média recebida mensalmente via Fundeb fica na faixa dos R$ 400,00. Já o gasto integral do município alcança os R$ 900,00 por mês, por aluno.

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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Naiara Silveira

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