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CONVERSA SENTADA

Eduardo Leite

Como eu disse num artigo de algum tempo atrás, durante a Expointer eu sempre era convocado pelo Paulo Sérgio Pinto, vice-presidente da Rede Pampa, para participar das entrevistas com diversos personagens da política e do agronegócio. Tudo ao vivo desde a bela casa que a Pampa tem lá dentro da parte nobre do Parque.

Paulo Sérgio e eu somos amigos antiquíssimos. Inclusive a filha dele, Ana Paula, ao se formar em Veterinária, nos honrou com um pedido de estagiar na Pecuária Gessinger. E lá ficou Ana Paula vários meses sujando as botas, vacinando o gado. Enfim, aprendendo a prática. Nos comovemos, Maristela e eu, porque existem centenas de estâncias mais aparelhadas. Ana Paula não aceitou, quando de nossa ausência, almoçar na nossa casa. Ela fazia questão de almoçar na casa do capataz.

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Voltando ao assunto do programa, também já ia esquecendo que durante cinco anos tivemos um programa na Rádio Pampa, todos os domingos das 7 às 9h30, ao vivo. O Rudolf, ainda piá, anotava os recados. Parei por causa da falta de tempo. Mas tenho saudade. Bem antes das eleições vencidas por Eduardo Leite ele foi convidado para integrar a banca da Pampa, ao vivo, direto do estúdio ali no parque. Quando Eduardo Leite adentrou, ele sentou ao meu lado, após as apresentações. Muito bem vestido com a indumentária gaúcha.

Logo pensei: esse rapaz de seus trinta e poucos anos deve ser gauchinho de apartamento. Nada disso, o cara conhecia tudo de pecuária, finanças e tal. Na saída eu profetizei ao grupo: “bota esse cara na televisão e ele mata a pau”. Leite se manteve calmo e respeitoso ante as crises que jorravam de Brasília. Ficou frio durante esse emaranhado de “fake news” em que uma ala da política se envolveu. Num churrasco no galpão do Palácio, recebeu vários próceres políticos de outros Estados. Não muitos, mas também não poucos. Era um balão de ensaio. Colocaram seu bloco na rua.

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Hoje, com a TV e as redes sociais, nunca se pode prever com exatidão uma eleição. Vide Bolsonaro.
Voltando: Eduardo expôs sua preferência sexual sem medo. Pensei, desde o começo, que ele teria que tentar um novo governo estadual. Andou tentando algumas alianças, mas não deu certo.

Quase perdeu as novas eleições, mas foi hábil, muito hábil. Enquanto no Planalto fermentavam horrores inconfessáveis, Eduardo e seu vice agiram serenos. Tenho fé na minha amiga Simone Tebet. Que dupla maravilhosa seria para um voo mais ousado. Quem viver, verá. (Em tempo: saibamos perder. O Direito deve prevalecer. Dezenas de séculos são testemunhas.)

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