A quarta edição de 2023 do Projeto Gerir – Workshops de Gestão Organizacional, iniciativa da Gazeta Grupo de Comunicações, foi realizada na última terça-feira, 26, em formato virtual. O evento abordou o tema “Infraestrutura Regional: perspectivas para o Vale do Rio Pardo e o Rio Grande do Sul”, com a participação de quatro painelistas.
A quarta e última manifestação da noite foi do consultor de negócios e gerente de Relacionamento da RGE, Eduardo Döring. Ele começou a apresentação trazendo números sobre investimentos e obras da concessionária nos 381 municípios atendidos no Rio Grande do Sul. Para os próximos cinco anos, até 2027, está previsto um aporte de R$ 8 bilhões para manutenção de 100% da rede de distribuição de energia e construção de subestações. A empresa é responsável por 189 mil quilômetros quadrados de área e mais de 154 mil quilômetros de redes.
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“Não existe crescimento sem energia elétrica, se não houver capacidade de suprir a demanda.” Entre 2018 e 2022, no Vale do Rio Pardo, a RGE ampliou a subestação Santa Cruz 2 e reformou as existentes em Candelária e Rio Pardo. Em todo o Estado, 15 novas foram construídas e outras 48 reformadas e/ou ampliadas, além de 506 novos quilômetros de linhas de distribuição instalados. Tudo isso, segundo Döring, aumentou a capacidade do sistema em 513 MVA (megavolt-ampere). “Capacidade de geração não é um problema para a RGE e, hoje, o nosso nível de interrupções está reduzindo consideravelmente.”
Para o futuro, o consultor projeta como grande desafio a substituição dos postes de madeira por novos, feitos de concreto e muito mais resistentes e duráveis. O último levantamento, feito no ano passado, indicava que 24% das estruturas ainda eram de madeira, enquanto a projeção para 2025 é que haja uma redução para 9%. Frisa que o poste ser de madeira não é um problema a princípio, mas pode se tornar quando o material apodrece. “Sobretudo nos locais de difícil acesso estamos fazendo todos de concreto, fibra ou mesmo movendo a rede.”
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Destaca ainda o Centro Integrado de Operações, sediado em São Leopoldo, na Região Metropolitana. O local hospeda todos os times responsáveis pelo atendimento aos clientes, monitoramento das redes e muitas outras tarefas. “Estamos trabalhando muito forte a questão das redes inteligentes, um sistema que permite fazer os despachos durante a madrugada. Quando as equipes começam a trabalhar, pela manhã, já sabem o roteiro de trabalho.” Tudo isso, acrescenta, é supervisionado por um gestor de área que faz correções ao longo do dia.
Outra dúvida muito comum explicada por Döring foi sobre a automatização das redes para identificar falta de energia. Segundo ele, onde existem grandes blocos de carga, há equipamentos capazes de detectar essa interrupção no fornecimento e alertar a central em São Leopoldo. “Se faltar luz no centro de Santa Cruz, não é necessário que nenhum cliente faça contato com o teleatendimento. O sistema informa qual foi a causa do curto-circuito e avisa o operador.”
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Ao falar de algumas insatisfações comumente apontadas pelos usuários, o mediador Ronaldo Falkenback questionou sobre como funcionam as previsões para restabelecimento da energia em casos de interrupção do fornecimento. Segundo o consultor, o retorno depende principalmente da extensão dos danos e da robustez da rede atingida, entre outros fatores.
Ao longo dos últimos anos, um dos assuntos mais polêmicos em torno da RGE sem dúvida é o corte ou poda radical de árvores. Constantemente os veículos da Gazeta recebem reclamações de cidadãos insatisfeitos com os serviços executados pela empresa. Segundo Eduardo Döring, a supressão é necessária quando a vegetação oferece risco para a rede elétrica. Além disso, enfatizou que a RGE prossegue com o programa Arborização + Segura, cujo objetivo é substituir árvores com porte inadequado por outras, mais adaptadas ao local. De acordo com ele, para cada planta suprimida, outras cinco são plantadas.
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