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Edson Fachin determina prisões de Joesley e Saud

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu atender ao pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e determinou a prisão do empresário Joesley Batista, dono do grupo J&F. A informação foi antecipada pelo site O Antagonista e confirmada pelo Estado.

Joesley e Saud estão em São Paulo e pretendem se entregar à Polícia Federal, segundo fontes que acompanham as investigações. O Estado apurou que ainda está em discussão onde os executivos poderiam se entregar às autoridades: se em São Paulo mesmo ou Brasília.

Segundo o Estado apurou, Fachin também teria atendido ao pedido de Janot para prender Ricardo Saud, diretor da J&F. Fontes da Polícia Federal informaram à reportagem que, em tese, não há nada que impeça que as prisões sejam realizadas neste domingo, 10. Os pedidos de prisão foram motivados pela descoberta de que os executivos da J&F omitiram informações sobre supostos crimes ao negociar sua delação premiada.

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INTERFERÊNCIA

 Gravação entregue na semana passada à Justiça pela própria defesa da J&F mostra Saud e Joesley conversando sobre uma suposta interferência do ex-procurador Marcelo Miller para ajudar nas tratativas de delação premiada, o que seria ilegal.

O ex-procurador ainda fazia parte do Ministério Público quando começou a conversar com os executivos, no final de fevereiro. Ele pediu exoneração da instituição no mesmo mês, mas a deixou de fato apenas em abril. Até a publicação deste texto, a reportagem não havia confirmado se o pedido de prisão de Miller foi negado por Fachin.

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Em um dos áudios entregues à Procuradoria-Geral da República (PGR), Joesley disse: “Eu não vou ser preso. O pessoal não vai, diretor não vai. Ninguém aqui vai ser preso. Não tem nenhuma chance.”

DEPOIMENTO

Joesley Batista prestou depoimento na última quinta-feira, por cerca de três horas, na sede da PGR, para explicar o conteúdo da gravação. Na ocasião, disse que não recebeu orientação do ex-procurador Miller para gravar o presidente Michel Temer.

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A gravação de uma conversa com Temer, em maio, foi o trunfo que Joesley usou para negociar sua delação com a Procuradoria-Geral da República e obter imunidade – benefício estendido a outros executivos do grupo. O episódio mergulhou o governo Temer em sua maior crise, e motivou uma denúncia de corrupção contra o presidente.

Saud e Marcelo Miller também tiveram de prestar esclarecimentos sobre a gravação que pode anular os benefícios da delação premiada.

A prisão de Joesley e Saud foi defendida publicamente pelo ministro Luiz Fux, do STF, durante a sessão plenária da última quarta-feira, o que jogou pressão sobre Janot e Fachin. “Eu verifico que esse episódio revelou que esses partícipes do delito, que figuraram como colaboradores, eles ludibriaram o Ministério Público, eles degradaram a imagem do País no plano internacional, eles atentaram contra a dignidade da Justiça e eles revelaram a arrogância dos criminosos do colarinho-branco”, afirmou Fux.

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O ministro acrescentou: “De sorte que eu deixo ao Ministério Público a opção de fazer com que esses participantes desta cadeia criminosa que confessaram diversas corrupções, que eles passassem do exílio nova-iorquino para o exílio da Papuda”, afirmou, fazendo referência ao complexo penitenciário no Distrito Federal.

Temendo a ordem de prisão, a defesa de Joesley e Saud pediu ao STF para ser ouvida por Fachin, antes da decisão do ministro. O advogado dos executivos, Pierpaolo Cruz Bottini, também colocou os passaportes dos dois à disposição da Justiça.

Julgamento. Na quarta-feira, o STF vai julgar o pedido de suspeição contra o procurador-geral, apresentado pela defesa de Temer, que também pede a suspensão prévia da segunda denúncia que está prestes a ser apresentada contra o peemedebista.

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Na mesma ocasião, os ministros deverão discutir, em uma questão de ordem, a validade das provas obtidas no acordo de colaboração da J&F, que passou a ser questionada pela defesa de Temer após a publicação da polêmica.

Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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Naiara Silveira

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