A Gazeta do Sul, que ontem completou 75 anos, primou sempre por estar ao lado dos interesses maiores da comunidade. Em 1952, duas polêmicas envolveram a população e o jornal, através de editoriais, fez com que as ideias fossem revistas.
Uma delas foi a construção de um novo prédio para a Prefeitura. O desejo era que o Palacinho, inaugurado em 1889, fosse restaurado e transformado em biblioteca ou museu. Mas, antes disso, deveria ser construída uma nova sede para o governo.
A ideia era que o edifício fosse erguido nos fundos do Palacinho (frente para Rua Coronel Brito) ou na esquina da Floriano com Borges de Medeiros, em frente ao antigo Colégio Mauá. A Gazeta então publicou editorial contrário a estes locais. Argumentou que a Praça da Bandeira deveria ter mais áreas livres para a recreação da comunidade. Além disso, um marco histórico como o Palacinho não poderia ter sua visão ofuscada.
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O jornal sugeriu que a nova sede fosse erguida na Rua Sete de Setembro, onde ficava o almoxarifado da Prefeitura. A ideia de ocupar o logradouro foi abandonada e o Palacinho continua soberano, no centro da Praça
Em agosto de 52, abriu-se outra discussão. No dia 10, ocorreu no Campo da Várzea (hoje Parque da Oktoberfest) um festival de aeromodelismo. Houve sobrevoo de aviões do aeroclube e um pousou no logradouro, sendo muito aplaudido.
A festa empolgou e a Prefeitura recebeu pedidos para que fosse instalada uma pista para teco-tecos naquele local. Editorial alertou para os riscos de se criar uma faixa de pouso e decolagem no Centro, mesmo que fosse para aviões de pequeno porte.
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A Gazeta sugeriu que o “potreiro” fosse arborizado, conforme o Plano Diretor de 1949. Isso aumentaria a cobertura verde do Centro, propiciando à comunidade uma ampla área de lazer e eventos no coração da cidade.