Uma das profissões que desapareceram nos últimos anos é a de geleiro. Ele passava de casa em casa para entregar a barra de gelo, que garantia a conservação dos alimentos por um tempo maior.
As geladeiras, semelhantes às atuais, começaram a ser fabricadas em 1913, nos Estados Unidos, e só chegavam ao Brasil importadas. Mas pouca gente podia comprar. Para piorar, durante a guerra, a produção parou e só foi retomada em 1946.
Até perto de 1960, havia geladeiras de madeira. Era um balcão com paredes duplas e forro térmico, chamado frigorífico.
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Geladeiras eram um armário de madeira
Em um compartimento no alto, era colocada a barra de gelo, deixando o interior com temperatura amena. Como o gelo derretia, precisava ser reposto diariamente, até nos domingos. No verão, o serviço dobrava.
O geleiro passava pelas bodegas e residências, quase sempre acompanhado por um gurizote. Este levava o bloco gelado para dentro da casa. O sistema foi mantido até que a compra dos refrigeradores elétricos ou a querosene tornou-se mais acessível.
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Geleiro passava todos os dias nas casas para atender clientes
Na cidade, a primeira fábrica de gelo surgiu em 1910 e pertencia a Ernesto Carlos Iserhard e Balduino Hoeltz. Ela ficava na antiga cervejaria perto do Colégio Mauá. Depois, Victor Becker, depositário da Brahma, abriu a fábrica na Rua Ernesto Alves (em frente ao Sesc).
No início, os blocos eram distribuídos de carroça. Depois, em uma caminhonete (tipo Ford 29). Podia-se comprar barra inteira, meia ou um quarto. O corte era feito na hora. O entregador carregava a peça no ombro e usava luvas ou um pano enrolado nas mãos.
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O geleiro era muito esperado nas casas e armazéns. A criançada também aguardava ansiosa, para pegar alguma lasca que quebrava quando do corte da barra.
COLABOROU: Romário Thier
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