Morando em Ra’anana, Israel, desde dezembro de 2007, a brasileira Ana Maria Piazera-Davison, que viveu em Santa Cruz do Sul, concedeu entrevista ao comunicador Ike na Rádio Gazeta 107,9 FM. Ela revelou como passam pelo momento de conflito e as expectativas. Desde o último sábado, 7, quando houve um ataque surpresa do grupo extremista islâmico Hamas, seguido por uma retaliação das forças israelenses, já foram mais de 5 mil mortos na região.
“É triste ver o que está acontecendo com o nosso povo aqui e a população civil de Gaza, que não tem nada a ver com o que está acontecendo”, afirma. Ana critica o Hamas por entender que não há um interesse de defesa da causa palestina, mas o objetivo único de matar judeus. “Desde 2006 eles administram a Faixa de Gaza e, desde então, mandam foguetes contra Israel, que responde, mas percebemos que desta vez é pior.”
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O lugar onde mora, por ser área central do país, nunca foi atingido por foguetes, mas vive a tensão de eventuais ataques. Conta que no dia 7, na realização do shabat (dia de descanso), foram surpreendidos com o toque da sirene ainda cedo. “Acordamos e corremos para o abrigo antiataque do prédio. Cumprimos o protocolo, porque todos são treinados para essas coisas”, relembra. Assim que possível, retornaram ao apartamento e buscaram informações sobre o que havia acontecido.
As notícias que receberam era a confirmação de um massacre, conduzido pelo Hamas, a partir do sul. “A partir do momento em que ficamos sabendo o que estava acontecendo, veio o show de horrores. Os números começaram a surgir: 1,3 mil mortos, mais de cem reféns tomados pelo Hamas. As primeiras imagens de crianças mortas, bebês, mulheres estupradas… é um inferno”, relata Ana Maria.
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O consenso é de que, depois do Holocausto, o dia 7 de outubro foi quando mais judeus morreram em massa. Entende ter sido proporcionalmente pior do que o ataque de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, em razão do número de mortos. No cotidiano, antes desse ataque, não existia o temor de uma ação do Hamas. O estado de alerta é permanente, mas nada que justificasse preocupação.
Ana Maria explicita o temor de que o Irã, que apoia o Hamas, assim como o Catar, queira aproveitar-se do momento e atacar Israel pelo norte. “O sonho do Irã, que é contrário aos Estados Unidos, um parceiro de Israel, é varrer os judeus para o mar”, explica. Essa possibilidade está acentuada, sobretudo, após a falha do governo local na defesa. Ela entende que o acesso do Hamas foi possível em função de o governo israelense ter se preocupado em incomodar os palestinos que vivem na Cisjordânia, abrindo guarda na divisa com a Faixa de Gaza.
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Em Ra’anana, onde mora com o marido, conta que se vive dentro de uma normalidade possível. Há o funcionamento de serviços e estabelecimentos como mercados e padarias, mas as aulas presenciais foram interrompidas. Os estudantes estão acompanhando por meio do ensino a distância. Ao comércio, foi facultado o atendimento.
“Vivemos com uma calma aparente, um dia de cada vez. Mas esse tipo de experiência existe desde a primeira vez que tivemos que ir para o abrigo, em 2014”, enfatiza. Ela adianta que não há cogitação de uma saída do país. “Sair não é uma opção por enquanto.”
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