É tempo de curtir o frio comendo bergamota

O ano é bom para os apreciadores das bergamotas. Não é preciso rodar muito pelas áreas rurais da região para observar os pés carregados desta que é uma das mais saborosas dentre as frutas cítricas. E a expectativa é de bons resultados para os cerca de 20 agricultores que se dedicam à cultura em Santa Cruz do Sul. Se em 2015 o clima atrapalhou e a produção foi de apenas 80 mil quilos, para este, a Emater-RS/Ascar estima mais de 110 toneladas da fruta. São 12 hectares cultivados no município. 

De acordo com o técnico em agropecuária da Emater-RS/Ascar, Paulo Zampieri, quase todas as propriedades rurais do município têm pés de bergamotas, a grande maioria apenas para o consumo da família. Mas, para quem vende, há demanda e o valor pago pela fruta compensa. “É uma boa alternativa para os agricultores familiares, desde que o produtor faça o manejo correto e busque mercado”, observa. 

Zampieri explica que as altas temperaturas no ano passado aceleraram o ciclo em 40 dias, causando uma queda prematura das bergamotas. Já nesta safra, as condições climáticas estão propícias à citricultura em geral. “Está fazendo frio na hora certa, e as baixas temperaturas são necessárias para deixar a fruta mais doce”, ressalta. O técnico ainda destaca que não existem variedades de bergamotas que produzam o ano todo na região. “Conseguimos manter a produção de março a novembro. Os meses de dezembro, janeiro e fevereiro ficam descobertos.” 

Astor Rachor, 66 anos, entrou no ramo da fruticultura há cerca de 15 anos. A propriedade de 23,5 hectares da família, em São Martinho, interior de Santa Cruz, tem 300 pés de bergamotas – 200 da variedade montenegrina e outros cem de okitsu (sem sementes). “Fico feliz quando posso plantar e cuidar de um pé de fruta. Dá um bom retorno e até mais lucro que o fumo”, diz, orgulhoso, ao lado do filho e companheiro de lida, Júlio César. Com as duas variedades cultivadas, ele espera colher 1,3 mil quilos. O preço médio das vendas até o momento foi de R$ 1,40 por quilo. 

LEIA MAIS NA GAZETA DO SUL
DESTA QUARTA-FEIRA