É possível acabar com a fase aguda da pandemia de coronavírus neste ano, afirmou, nesta segunda-feira, 24, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, embora, atualmente, a Covid-19 provoque uma morte a cada 12 segundos no mundo. A pandemia está entrando em uma “nova fase”, e a rápida disseminação da variante Ômicron oferece uma “esperança plausível” para um retorno à normalidade nos próximos meses, disse a entidade.
Nesse domingo, 23, o diretor da OMS para a Europa, Hans Kluge, fez a mesma previsão para a região europeia. “Podemos acabar com a Covid-19 como emergência sanitária mundial este ano”, declarou o diretor-geral Tedros Adhanom Ghebreyesus. No entanto, o responsável alertou que é “perigoso supor que a Ômicron, variante muito transmissível, será a última”, porque as condições, no mundo, são ideaispara que outras variantes surjam, inclusive outras mais transmissíveis e virulentas.
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Para acabar com a fase aguda da pandemia, os países não devem ficar de braços cruzados e são obrigados a lutar contra a desigualdade na vacinação, vigiar o vírus e variantes e aplicar restrições adaptadas, explicou o especialista, na abertura do comitê executivo da OMS, que se reúne toda semana em Genebra. Na África, 85% da população recebeu só uma dose da vacina, destacou.
Distribuição de vacinas
Tedros Adhanom Ghebreyesus pede, há semanas, insistentemente, aos Estados-membros que acelerem a distribuição de vacinas nos países pobres, com o objetivo de conseguir vacinar 70% da população de todos os países do mundo em meados de 2022. Metade dos 194 Estados-membros da OMS não alcançaram o objetivo de chegar a 40% da população vacinada no final de 2021, segundo a instituição.
Enquanto isso, o coronavírus continua fazendo vítimas. Na semana passada, uma pessoa morreu a cada 12 segundos no mundo devido à doença e a cada três segundos foram registrados 100 novos casos, segundo o diretor da OMS. O surgimento da variante Ômicron, em novembro, fez o número de casos disparar. Desde então, foram contabilizados 80 milhões de novos contágios. “Até agora, a explosão de casos não foi acompanhada por um aumento das mortes, embora as mortes tenham aumentado em todas as regiões, sobretudo na África, a região com menos acesso às vacinas”, disse o responsável.
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“É verdade que viveremos com a Covid, mas aprender a viver com ela não deve significar que temos que deixar o caminho livre. Não deve significar que temos que aceitar que 50 mil pessoas morram toda semana devido a uma doença que podemos prevenir e nos recuperar”, disse.
Esperança para a Europa
No domingo, o diretor da OMS para a Europa, Hans Kluge, já havia considerado que poderia haver uma saída da pandemia de Covid-19 na região. Em um comunicado publicado nesta segunda-feira, Kluge destacou que “a Ômicron está ultrapassando a Delta a uma velocidade sem precedentes na Europa. Menos de dois meses depois de ser encontrada na África do Sul, essa variante já representa 31,8% dos casos na região europeia, contra 15% na semana passada”.
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“A pandemia está longe de terminar, mas espero que possamos encerrar a fase de emergência em 2022 e abordar outras ameaças à saúde que exigem nossa atenção urgentemente”, escreveu Kluge. “Os atrasos e as listas de espera aumentaram, os serviços essenciais de saúde foram interrompidos”. A região europeia da OMS abrange mais do que apenas a União Europeia. Inclui 53 países, cobrindo uma vasta região geográfica do Atlântico ao Pacífico.
Na França, que representa a maior taxa de incidência do continente, o passaporte de vacinação entrou em vigor nesta segunda-feira e é visto como um endurecimento das normas para as pessoas que não se vacinaram contra a Covid, o que gerou forte polêmica no país. Na China, o confinamento generalizado da cidade de Xi’an foi flexibilizado nesta segunda-feira, informaram as autoridades, que também disseram ter detectado 72 casos de Covid-19 entre os participantes dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim.
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