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E por si só se move

Uma das boas coisas da vida, ao se trabalhar na redação de um jornal, é esta imersão diária num ambiente profissional povoado por pessoas interessantes, com interesses em comum, supondo-se, por exemplo, que quem trabalha na redação de um jornal tem sempre a mente aberta para a novidade e goste de escrever. É fato: o novo é o que nos move, para que possamos levar o novo até você. Eu nem bem abro os olhos e já estou ligado no Café com Notícias, o que quer dizer que eu acordo todos os dias com o Leandro Siqueira nos meus ouvidos. É o que eu digo e repito: tem-se que ter a mente aberta.

E quem tem a mente aberta e gosta de escrever, supõe-se que também goste de ler, atributo que considero indispensável se você pretende ser um bom jornalista – e uma pessoa legal. Não me diga que você é (ou quer ser) um bom profissional da informação sem nunca ter lido um livro nesta vida. Jornalista que não lê é o mesmo que um picolé sem palito – a comparação é meio esdrúxula, mas acho que serve. 

Jornalistas convivem muito mais com seus colegas de trabalho do que com os seus familiares, por isso a importância de um bom relacionamento. Cada admissão vem sempre cercada de uma certa expectativa. Pegue um dia como o domingo, por exemplo. Quando a maioria de vocês está se dedicando ao descanso e lazer, nós estamos aqui, preparando a edição de segunda-feira. Não fosse pelo aspecto da camaradagem e do ambiente tranquilo, eu até preferiria ficar em casa, lendo, obviamente, que é o que eu mais gosto de fazer nesta vida. Existe uma cumplicidade fraterna, que torna o trabalho leve e agradável. A gente gosta do que faz e de quem faz. E faz de tudo para agradar a você, leitor, que é a nossa razão de estarmos aqui, todos os dias. Aqui, onde, tirando eu, só tem gente legal!  

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A redação de um jornal, se analisada de fora e em seu aspecto logístico, é quase que um organismo unicelular, vivo, que por si só se move. Tem a turma da manhã que se junta com a turma da tarde que depois se despede da turma da manhã para se unir com o pessoal da noite, sem efeitos colaterais traumáticos e todos muito bem adaptados aos seus afazeres. Gosto de ver tudo isso funcionando, como um trem iluminado, por dentro, atravessando uma madrugada escura, ao encontro do inusitado que nos aguarda em cada estação. 

E a notícia sempre ali, no meio, acontecendo, como um elo entre toda esta gente que espera pela metade para o fim da tarde, quando a caldeira começa realmente a ganhar carvão e dê-lhe malho na bigorna para forjar, com maestria, o ferro dos acontecimentos. É uma batalha diária. Uma rotina épica para levar a boa informação a você que me lê agora, enquanto pensa: “Putz, este cara deve estar ficando meio maluco!”. Louco, sim, podes crer. Louco de faceiro!

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