Brasil e Peru decidem o título da Copa América na tarde deste domingo, no Estádio do Maracanã. Os anfitriões buscam a nona taça, mas os peruanos almejam a terceira conquista – as outras foram em 1939 e 1975. Em Santa Cruz do Sul, a relação entre os dois países extrapola o futebol, por meio da família Malasquez Negron.
Manuel é professor do Departamento de Matemática da Unisc. Foi o primeiro a vir para o Brasil, há 31 anos, após se formar em Lima, cidade natal. Fez mestrado na Ufrgs e doutorado na Unicamp, em Campinas. Depois, voltou a Porto Alegre para trabalhar na Ufrgs. Na Unisc, são 25 anos de trajetória. Manuel conta que já se assustou com as chuvas fortes e os extremos de temperatura no mesmo dia. “Quase desisti no primeiro ano. O que me prendeu no Sul foi o churrasco”, brinca.
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Para ele, a variedade gastronômica do Peru é maior. Por isso, prefere comprar os temperos favoritos e cozinhar em casa. As nuanças dos idiomas já pregaram peças. “Estofado, para nós, é um tipo de comida, com o que chamam aqui de carne de panela. Uma vez, em Porto Alegre, li ‘estofado’ em uma placa e sentei em uma poltrona para provar. Quando eu disse que queria comer um estofado, deram risada. Me alertaram que eu estava sentado em um”, conta.
Assim como o irmão Manuel, Jorge não se interessa por futebol. O esporte da família é o vôlei. Para a Copa América, a torcida vai para ambos. “Que vença o melhor”, dizem. A chegada de Jorge foi mais recente. Em 2005, morando em Santa Cruz, deslocava-se a Porto Alegre para fazer os cursos de gastronomia e garçom do Senac. Após a formatura, em setembro, passou a trabalhar no Quiosque da Praça. O irmão Oscar também seguiu o mesmo caminho e continua no restaurante. Jorge se divide entre o Amélia e a pizzaria La Fiamma, e faz cursos de aperfeiçoamento, como o de barman. Também já estudou desenho gráfico e aprimora as técnicas artísticas com a professora Marcia Marostega em aulas particulares.
Jorge revela que o irmão caçula, Carlos, veio ao Brasil para estudar Arquitetura na USP, em São Paulo, mas regressou a Lima, onde vive o restante da família. Ele ressalta que o Peru vive um momento de festa. “O futebol faz parte da cultura peruana. Estão felizes por decidir o título com o Brasil. Me lembro quando foram campeões em 1975. A alegria mais recente foi a classificação para a Copa do Mundo da Rússia. No dia seguinte, foi feriado nacional. A última havia sido em 1982”, comenta.
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A relação peruana com o Rio Grande do Sul aumentou com as atuações do centroavante Paolo Guerrero pelo Internacional. “Guerrero se tornou um símbolo do país, até pela publicidade que atrai para a seleção peruana. A presença da mídia o transformou em uma figura popular.”
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