Candidatos a candidato presidencial (governador, inclusive) repetem um problema crônico no cotidiano político nacional. Por não saberem ou por inapetência, omitem questões importantes da administração pública, principalmente aquelas referentes a orçamento, gestão e financiamento. O desconhecimento e a omissão sobre a natureza e a origem das receitas e das despesas, o custo social, a qualidade dos gastos públicos, o volume do desperdício, a composição e os custos do quadro de pessoal são exemplos.
Sejam governistas, oposicionistas, ou “nem tanto assim”, repetem inconsequentemente o mantra do desenvolvimento econômico-social, sem apontar o roteiro e o ônus, sem indicar de onde virá o dinheiro necessário. Pela incompetência ou deliberada omissão, admitamos um pequeno desconto em seu favor. De fato, são questões de raro entendimento popular. Há demasia de expressões técnicas e de difícil linguagem e compreensão.
Todavia, há diferentes maneiras de falar sobre o mesmo tema. Um bom exemplo é comparar gastos e receitas públicas com o orçamento de uma família. De onde vem o dinheiro, quanto gastamos com alimentação, moradia, educação, energia, água, internet, telefone, lazer, impostos etc. Mais: o que ainda precisa ser adquirido e realizado, quanto custará e, novamente, de onde virá o dinheiro. Quanto estamos devendo, quanto pagamos de juros nas compras parceladas e nas dívidas bancárias. Qualquer pessoa entende isso!
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Governantes, parlamentares, candidatos e partidos agem como se o povo e a própria nação não fossem a razão de existir do Estado organizado. Ou seja, continuamos não falando sobre a natureza e a qualidade do gasto público presente e futuro. Ignoramos temas importantes, como a previsibilidade e a dotação orçamentária, a quantidade e a qualidade dos serviços públicos, o tamanho e o custo do Estado necessário e os limites de intervenção, e, obviamente, quais são os tributos necessários.
Infelizmente, o dinheiro público tem tomado rumos diversos aos interesses essenciais e urgentes da população, ora por desperdício, ora por corrupção, mas sobretudo por populismo e demagogia. Predomina o personalismo. Ainda que medíocres e suspeitos currículos pessoais.
Sai governo, entra governo, saem e entram governantes, deputados e senadores, resultam infrutíferos e redundantes. E nada muda em modo consistente, promissor e coletivo. Agora, por exemplo, pensando em 2022, seguindo ou não o roteiro tradicional, olhe-se para qualquer lado, direita, centro e esquerda, repetem-se as figurinhas carimbadas, com evidentes sinais de mofo pessoal, comportamental e retórico. Falam mais do passado do que do presente, e nada projetam do futuro!
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