Colunistas

É muito mais fácil atacar o meio

A imprensa brasileira (digo a nacional, por não ter informações sobre o que ocorre no restante dos países) vive uma crise de credibilidade. E não se trata de consequências do ambiente virtual, que vem ganhando cada vez mais espaço. As plataformas diferenciadas para obter-se informações vieram para somar e têm conseguido isso com maestria, haja vista os números impressionantes de acessos e de interatividade do Portal Gaz com o público, especialmente da região.

O que tem colocado em xeque o conteúdo publicado nos veículos de comunicação são os discursos de ataque à mídia, sobretudo proferidos por políticos, que apadrinham nichos da sociedade. Ao terem seus nomes envolvidos em situações que deveriam causar, minimamente, vergonha, quando não viram casos policiais e os levam à cadeia, o que fazem é atacar o meio. Descredibilizam quem está noticiando e partem para o que é a melhor defesa: o ataque.

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Seguidos cegamente por uma legião de adoradores, em especial a partir da polarização raivosa, veem suas falas ganharem ares de verdade e conseguem, a partir dos mecanismos de propagação rápida e volumosa da informação, como as redes sociais e suas bolhas, espalhar a ideia de que o jornalista e a empresa em que trabalha não merecem crédito, quando, na maior parte das vezes, cometeram o crime ou o ato irresponsável noticiado pela imprensa dita tradicional. Isso tem tomado volumes impressionantes, mas não é uma criação do mundo atual.

Na década de 1990 e no início dos anos 2000, a tática era outra. A cada nova denúncia da mídia sobre prática ilícita ou irregular, o mecanismo de praxe era atacar quem tinha vazado a informação. Imediatamente, assim que o irmão do ex-presidente Fernando Collor apareceu como o delator de um grande esquema de corrupção em uma das maiores revistas de notícia do país, teve seu nome jogado na lata do lixo. Era hábito atacar o informante.

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Nos dias atuais, a revista e o jornalista seriam os primeiros a serem atacados, como forma de minimizar a informação. É fácil atacar a fonte ou o meio de comunicação. Difícil é ser sério e cumprir com os deveres para os quais recebeu o voto popular e com os quais responsabilizou-se, por meio de promessas. Enquanto isso persistir, profissionais que estudaram anos nos bancos universitários, e fizeram grandes investimentos, são achincalhados e desmoralizados. E não se trata apenas de uma defesa corporativa. É aproveitar o momento para reforçar a importância da manutenção da imprensa livre, sem passar pano para erros ou má intenção, mas como forma de garantir a permanência da democracia e, até, o desenvolvimento do país.

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Guilherme Andriolo

Nascido em 2005 em Santa Cruz do Sul, ingressou como estagiário no Portal Gaz logo no primeiro semestre de faculdade e desde então auxilia na produção de conteúdos multimídia.

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