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É duro envelhecer

É duro envelhecer. E aqui não estou falando das dores, dos inúmeros medicamentos – cuja quantidade só aumenta! – e das restrições de vários tipos. Trato das dificuldades de convivência neste mundão dominado pela tecnologia, pelo consumismo e pela onipresente necessidade cada vez maior de ostentação.

Nos estabelecimentos comerciais, quase sempre existem caixas especiais para nos atender. O mesmo ocorre com a vaga “preferencial” assegurada no estacionamento. Mas basta abordar um infrator – incrível como tem gente que adora ocupar as vagas de deficiente, grávidas e idosos! – em dias de lotação, para sermos alvos de todo tipo de ofensa. As grosserias são múltiplas. Vão do popular “velho broxa” (no caso dos homens) até “vai cuidar dos netos”, passando por “morreu e esqueceu de deitar” e “tua época já era, vai pro asilo”.

Parece fácil enfrentar essas situações no cotidiano. Bastaria “se fazer de surdo” que tudo passaria, sem maior estresse. Mas no fundo, isso enche o saco, magoa demais e nos enche de muita raiva. Quando vamos à academia ou participamos de eventos sociais e nos divertimos pra valer, sempre aparece um engraçadinho para disparar um comentário cheio de veneno e canalhice:

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– Que velho (a) ridículo! Não se enxerga mesmo! Com esta idade e usando estas roupas e ainda por cima bebendo e dançando como se fosse um(a) guri(a)!

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Essas são apenas algumas das expressões e grosserias muito mais comuns do que possa parecer. Velhos raramente são alvo da tal “empatia”, palavra da moda, porém pouco praticada no dia a dia.

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A depressão é um dos maiores inimigos que afligem a nós, velhos, sendo considerada um dos “males do século”, e que atinge pessoas de todas as idades. Nossa “vida de velho” mostra que, com o passar dos anos, é cada vez menor o contingente de amigos ou velhos companheiros de faculdade, ex-colegas de trabalho e parceiros de vida. Aos poucos, o que falamos e nossas piadas não têm graça alguma. Ninguém ri ou se diverte. Ficamos com cara de trouxas, ridículos, sem ação.

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Nossa linguagem, as gírias e as referências são totalmente desconhecidos da maioria das pessoas com quem convivemos em nossas relações cotidianas. O resultado é o isolamento voluntário dentro de casa, com hora no sofá vendo tevê, pilotando o controle remoto. Segue o atrofiamento dos órgãos inferiores, que gera dores que desestimulam as caminhadas, a ida às praças e aos parques. A busca de contato com outras pessoas para arejar a cabeça, sair da rotina caseira de remédios, problemas, insatisfação, autoexílio.

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Poucos idosos têm a bênção de ter a atenção dos filhos e netos. Às vezes são confinados em clínicas porque a família não tem condições de manter um cuidador. Não é fácil ficar velho, acreditem!

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