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‘É como se eu tivesse nascido de novo’, conta professor de dança após acidente

Há seis meses, o professor de dança Augusto Pereira, de 23 anos, teve uma guinada inesperada em sua vida. Na madrugada de 14 de novembro, Guto, como é conhecido em Santa Cruz, voltava para casa de moto quando foi atingido na traseira por um Escort. O condutor não parou o carro, arrastou o jovem por cerca de 300 metros e, depois, fugiu. Guto, que dedicou boa parte da vida à arte da dança, se viu com dois tornozelos quebrados, um traumatismo craniano e diversos ferimentos pelo rosto e pelo corpo. Hoje, sem risco de morte e em fase de recuperação, ele agradece pela oportunidade de viver novamente. “É como se eu tivesse nascido de novo”, conta. 

Guto saiu do hospital e retornou para casa no dia 23 de dezembro de 2015. Na época, ainda debilitado, o jovem mal conseguia caminhar. Alguns meses depois, um pouco mais forte, começou a fazer fisioterapia. “Foi aí que comecei a me movimentar. Meu corpo voltou a entender melhor os movimentos. Agora, dançar mesmo, não faz muito tempo que voltei. Faz umas duas semanas”, explicou, referindo-se ao vídeo publicado recentemente na página da escola onde trabalha. Nas imagens, Guto aparece fazendo as primeiras coreografias depois do acidente. “Pra mim ainda é difícil, mas está sendo muito bom. É o que eu amo fazer e estou dedicando tudo o que posso para voltar a dançar. Tenho tido muita força de vontade para que isso aconteça logo”, afirmou. 

Ainda sem poder encarar as maratonas das aulas de dança, que envolvem horas a fio de dedicação aos movimentos, o estudante do terceiro semestre de Educação Física da Unisc revela que, além do tratamento físico, ele também passa por um acompanhamento psicológico. “Como quebrei os dois tornozelos, demora para eu voltar a ter confiança nos movimentos. Grande parte vem do psicológico. Faço terapia para não ter traumas. É um conjunto do físico com o psicológico”, detalhou. Durante a semana, Guto vai à escola onde atuava antes do acidente para dar suporte a algumas atividades. A prática da dança, porém, ele faz somente duas vezes por semana, para não forçar os passos ao longo da recuperação.

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Guto pretende dar continuidade à graduação e, concomitantemente, deseja dedicar todos seus esforços para se recuperar por completo. A meta para 2016, conforme o professor, é conseguir participar da apresentação de fim de ano da escola. “Vai ser um espetáculo grande, com enredo e tudo mais. Pretendo conseguir participar. Este é meu foco esse ano”, revelou. Antes disso, o jovem precisa passar por mais duas cirurgias na cabeça. Em função da queda, Guto ficou sem uma parte do osso da testa. “No dia do acidente, a médica falou que não tinha como se preocupar com a estética. O importante era fechar a fratura para que eu sobrevivesse”, lembra. Agora, a ideia é fazer os procedimentos assim que possível para estar bem para o show em dezembro. 

Justiça

O condutor do carro que atingiu a motocicleta onde Guto estava na madrugada do acidente foi encontrado em casa horas depois do ocorrido com “visíveis sinais de embriaguez”, conforme a polícia. Ele chegou a ser detido pela Brigada Militar mas, logo depois, foi liberado. Mesmo diante da melhora considerável do jovem, a família e o próprio Augusto esperam por alguma resposta. “A gente quer justiça, não interessa como. Se ele vai ser preso, se vai ter que pagar algo, eu não sei. O que ele fez não foi aceitável”, finalizou. 

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