O diretor-geral da empresa Rota de Santa Maria, Renato Bortoletti, foi o destaque do evento Café Empresarial, realizado pela Associação Comercial e Industrial de Santa Cruz do Sul (ACI), na manhã dessa terça-feira, 20. A Rota é responsável pela gestão da RSC-287. Bortoletti divulgou que a duplicação da rodovia está orçada inicialmente em R$ 2,7 bilhões e as obras vão começar no trecho entre Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires, considerado um dos mais críticos pelo grande fluxo de veículos, calculado em 48% do total de movimento da rodovia.
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Segundo o diretor-geral, no primeiro ano de concessão, a empresa espanhola Sacyr, gestora da Rota de Santa Maria, alocou mais de R$ 500 milhões para investimentos na rodovia. Bortoletti fez um balanço do primeiro ano da gestão desde agosto de 2021, quando a empresa assumiu a estrada, e também anunciou o início da duplicação dos 204 quilômetros da via para o mês de julho de 2023.
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O presidente da ACI de Santa Cruz do Sul, César Cechinato, lembrou da ampla mobilização que entidades e municípios da região realizaram pela duplicação da RSC-287, ao longo de diversos anos. O movimento Duplica 287, lançado em 2018, reuniu 39 entidades de 13 cidades.
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Naquela época, houve o pedido de criação de uma frente parlamentar para assumir a pauta da duplicação, e o governador Eduardo Leite foi cobrado pessoalmente por integrantes do movimento.
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Um dos trechos mais sensíveis da RSC-287 fica entre os pedágios de Venâncio Aires e Taquari. Até o início das obras de duplicação, a rodovia vai passar por uma série de reparos, que irão auxiliar no desvio do fluxo de veículos durante as obras de ampliação.
Segundo Renato Bortoletti, a empresa realizou uma análise detalhada dos principais problemas da rodovia. Constatou-se que, nas regiões de relevo mais baixo, como acontece em diversos locais do trecho em questão, a pavimentação fica sobre áreas com solo alagado. Isso influi no desgaste da pista, deformando o asfalto e criando ondulações.
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Os reparos iniciaram-se com uma série de intervenções de escoamento e implantação de novas tubulações em diversos pontos. Os bueiros que existiam na beira da pista passaram de 270 na época da assinatura do contrato para 600, atualmente. Em 40% deles, a estrutura estava totalmente soterrada.
As obras emergenciais, que tiveram início nessa terça-feira, incluem intervenções para acabar com as ondulações e desníveis do asfalto. “Vamos começar com uma intervenção mais profunda na região de Venâncio Aires. Deve ter um impacto substancial no trânsito nos próximos dias, jogando o fluxo para os acostamentos, mas é a única maneira de resolvermos de forma definitiva esse problema, que é a questão das ondulações”, explicou Bortoletti.
“O que tem acontecido é que, por causa do pavimento antigo, que não foi removido 100%, em função da questão das águas, da situação climática, a gente teve essa degradação acelerada dos trabalhos que começamos no primeiro ano de concessão”, completou o diretor da Rota de Santa Maria.
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Nessa terça-feira, os reparos iniciaram-se entre os quilômetros 60 e 75. A reportagem da Gazeta do Sul percorreu o trecho entre os pedágios de Venâncio e Taquari, e constatou dois pontos com ondulações na pista que podem apresentar risco aos motoristas, ambos próximos ao ponto onde a equipe da Rota de Santa Maria iniciou os reparos ontem.
A manutenção da rodovia também será feita de forma mais eficiente após os investimentos previstos para os próximos anos. Além da duplicação, a Rota de Santa Maria prevê instalar novos radares de controle de velocidade e câmeras de segurança que cubram 100% do perímetro da estrada. Até o ano de 2024, há previsão de instalação de balanças que podem indicar o sobrepeso de veículos que estão em trânsito.
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Outro ponto que receberá atenção da empresa gestora da rodovia é a desocupação da faixa de domínio. “Vai ter bastante contato da nossa equipe para desocupar a faixa de domínio em pontos nos quais é preciso iniciar as obras. É um desafio grande, mas estamos fazendo de forma muito antecipada”, adiantou Bortoletti.
Em Santa Cruz do Sul, está prevista a construção de uma rótula em Linha Pinheiral, para dar mais segurança aos usuários. A empresa recebeu uma proposta vinda da comunidade local, mas esse projeto não previa o tráfego de veículos pesados. Por esse motivo, o lugar da rótula ainda não foi definido.
Outro ponto que deve receber cuidados com a segurança é a rótula que dá acesso à Avenida Independência, utilizada por estudantes que se deslocam para a Unisc. Apenas com as obras executadas no primeiro ano de concessão, a Rota de Santa Maria alega ter diminuído em 32% o número de acidentes fatais na RSC-287.
Ainda no primeiro ano de concessão, a Rota de Santa Maria realizou a revitalização e ampliação da praça de pedágio de Venâncio Aires, com a implantação da iluminação e da construção de cabines de cobrança. Uma das maiores reclamações dos usuários são as filas que se formam em horários de pico. Esse problema já está sendo combatido, segundo a empresa, com a aposta na ampliação das chamadas Tags, os dispositivos de cobrança eletrônica.
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“Temos atuado na questão do papa-fila, que são pessoas que fazem a venda antecipada do tíquete de pedágio, obviamente para quem fará o pagamento em dinheiro. Tem sido divulgado e promovido ainda mais, habilitando pessoas e parceiros nossos para fazer a habilitação de pagamentos de Tags.” Bortoletti frisou que o sistema automático é comprovadamente mais ágil do que o pagamento em dinheiro ou com cartão de crédito. Uma maior adesão dos usuários a essa modalidade poderia reduzir muito as filas, analisou.
“Pela quantidade de veículos que passam, somente a pista automática seria suficiente para estar todo mundo transitando sem parar. O problema é que temos só 30% de adesão na região, quando o normal, em outras regiões e outros países, é entre 60% até 80% de adesão ao pagamento automático”, disse o diretor da Rota de Santa Maria.
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