Dois homens, indiciados pela Polícia Civil e denunciados pelo Ministério Público (MP), vão sentar no banco dos réus nesta quarta-feira, 5, para responder pela tentativa de assassinato dos policiais David Martins Ferreira e Rafael Koch Denardi, ocorrida em 24 de setembro de 2018, em Santa Cruz do Sul. Vanderson Samuel dos Santos, de 31 anos, e Cledir Cardoso dos Santos, de 30, serão julgados no Tribunal do Júri a partir das 13h15, no plenário do Fórum.
A sessão será presidida pela juíza Márcia Inês Doebber Wrasse e sete pessoas serão sorteadas para compor o Conselho de Sentença. A acusação será feita pelo promotor Flávio Eduardo de Lima Passos, que foi o autor da denúncia. Já a defesa da dupla ficou a cargo da Defensoria Pública, que será representada pelo defensor público Arnaldo França Quaresma Júnior.
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Em 24 de setembro de 2018, por volta das 10 horas, Ferreira e Denardi, que integram a Força Tática do 23º Batalhão de Polícia Militar (23º BPM), entraram na Rua das Carrocinhas, no Loteamento Beckencamp, Bairro Dona Carlota. Na época, Vanderson, que é conhecido no submundo do crime pelo apelido de Banha, era procurado para cumprir sentença de 12 anos, em regime fechado, por roubo com lesões corporais e disparo de arma de fogo.
Ele era conhecido dos meios policiais por já ter em sua ficha antecedentes por assalto, porte ilegal de arma de fogo, ameaça, lesão corporal, disparo de arma de fogo, posse de entorpecentes, roubo a posto de gasolina e roubo de veículo. Em patrulhamento, os PMs da divisão de elite da Brigada Militar viram que Banha estava nas imediações de um imóvel, na Rua das Carrocinhas.
O acusado fugiu quando enxergou a viatura e foi perseguido pelos dois policiais, que tentavam capturá-lo. Foi quando Vanderson teria puxado uma arma de fogo e efetuado disparos contra a dupla. Um dos tiros teria passado rente à cabeça de Ferreira. Depois, Banha entrou em uma residência e, durante uma confusão envolvendo os moradores, os PMs conseguiram prendê-lo.
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Conforme a denúncia do MP, no mesmo local estava Cledir, que tentou impedir a prisão e, utilizando um facão, tentou matar Denardi, que desviou dos golpes, um deles direcionado ao seu peito. Em razão disso, o colega Ferreira efetuou um disparo de arma de fogo de advertência, o que fez com que o denunciado procurasse fugir, mas acabou preso.
Cledir ainda teria tentado roubar a pistola de Ferreira e pegar um carregador de arma. Seus antecedentes criminais incluem estupro e homicídio. Ao todo, foram cinco pessoas detidas naquela manhã. Além dos dois denunciados, foram conduzidos à delegacia um adolescente de 16 anos e dois adultos de 43 e 51, que responderam por desacato, desobediência e resistência, após reagirem à prisão com socos e chutes contra os policiais.
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Código sigiloso para risco de morte
Uma das testemunhas arroladas no processo relatou que no dia dos fatos os dois policiais pediram socorro a outras guarnições do 23º BPM, pois temiam pela vida, e que solicitaram por meio de um código restrito e sigiloso da Brigada Militar, usado somente em situações de extrema urgência e risco de morte. Foi quando outras viaturas da BM foram até o local auxiliar os dois PMs e conseguiram dominar a situação.
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Denardi chegou a ficar com o rosto cheio de sangue, após sofrer uma agressão no nariz. Atualmente, Vanderson cumpre pena por outros crimes na Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva). Já Cledir está em liberdade. Em seus interrogatórios, na fase judicial, ambos os réus negaram a participação nos delitos de que são acusados.
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Vanderson afirmou que estava dormindo quando os PMs entraram em sua casa, e Cledir disse que apenas foi averiguar a situação quando os policiais chegaram no imóvel. Este último ainda afirmou que não tentou pegar o carregador da arma do policial, mas que viu Ferreira deixar o material bélico da farda e ele juntou apenas para lhe entregar de volta.
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