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LITERATURA

Dulci vivencia Genebra

No dia 23 de março, Dulci durante sessão de autógrafos no Salão do Livro de Genebra. Fotos: Geraldo Pestalozzi

A professora aposentada e pesquisadora santa-cruzense Dulci Marlise Pagel Boettcher lançou em março o livro Pelos caminhos da Autopoiesis: inventei-me a mim mesma, sob o selo da editora suíço-brasileira Helvetia Editions. Quando se determinou a registrar em texto a sua própria carreira de formação, apoiada em alguns dos mais importantes teóricos da filosofia, da cognição e literatura em geral, talvez não imaginasse quão longe essa obra a levaria. Mal o volume havia chegado às livrarias brasileiras e ela já estava em Genebra, na Suíça, para autografar no Salão do Livro daquela cidade, um dos mais prestigiosos eventos culturais em escala global.

Mais do que comparecer a essa feira literária, a viagem à Suíça teve ainda outro motivador especial: no sábado, 21 de março, ela foi agraciada com o Prêmio Talentos Helvéticos Brasileiros, com o qual são contemplados autores referenciais que optam por publicar pela Helvetia.

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O certificado de distinção lhe foi entregue em cerimônia por representante do Consulado-Geral brasileiro em Genebra. Por fim, na segunda-feira, 23, autografou o seu livro no estande da Helvetia no evento. A família de seu filho Diogo, CEO de uma multinacional da área do tabaco, sediada em Lausanne, acompanhou essas homenagens e a aplaudiu.

Quando retornou a Santa Cruz do Sul, ao final de março, havia uma nova obra aguardando para a distribuição nas livrarias. Acontece que Dulci já estava com um segundo livro pronto: trata-se de Liesel, Fingerhut e o impacto ambiental: uma teia de complexas interações, este lançado pela editora paulista Pontes, em 195 páginas (e que está sendo comercializado por R$ 65,00, podendo ser encontrado na Livraria e Cafeteria Iluminura).

Dulci recebeu o certificado de representante do consulado-geral do Brasil em Genebra

Se no volume lançado em Genebra rememora sua própria formação em torno do conceito de Autopoeisis, termo cunhado pelos chilenos Francisco Varela (1946-2001) e Humberto Maturana (1928-2021), emtre outros, e que define a capacidade de uma pessoa de se “autoconstruir”, no segundo livro revisita a infância. Dulci é natural da localidade de Linha Sete de Setembro, ao Norte do núcleo urbano de Santa Cruz, em direção a Sinimbu.

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Nas origens, aquela região era conhecida como Fingerhut (dedal, em alemão), e lá a pequena Dulci, bem como toda a população, sempre teve no Rio Pardinho um ponto de referência. Sobre o rio, uma ponte pênsil que permitia sair da propriedade e acessar a estrada que conduzia à cidade. Por aquela ponte, ainda menina, seguiu para embarcar no ônibus que a levaria a Santa Cruz a fim de dar continuidade aos estudos.

O relato memorialístico de Dulci, que no livro assume o alter-ego de Liesel, a personagem referida no título, encerra-se com um ponto-chave: a ponte pênsil que sempre uniu a comunidade e proporcionou a via para o grande mundo foi levada embora pelas águas da enchente de abril e de maio de 2024. A autora deparou-se, assim, com um evento e um elemento traumático, de cunho ambiental ou climático, capaz de fazer desaparecer em horas um símbolo de integração que resistira durante décadas.

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Por isso, a segunda parte do livro é dedicada a resgatar importantes obras de defesa da preservação ambiental, e a fazer advertência à humanidade sobre os perigos e os danos da indiscriminada agressão ao ecossistema.

Ao lado dos mestres

A amplitude das referências teóricas elencadas ao final de Liesel, Fingerhut e o impacto ambiental dá uma perfeita dimensão da profundidade das reflexões que Dulci Boettcher proporciona ao leitor. De seus autores de predileção no universo da cognição, como Maturana, Varela, Spinosa, Nietzsche, Frit-jov Capra e Pierre Lévy, aos expoentes da defesa ambiental, são dezenas as indicações valiosas que oferece.

No âmbito natural, é indispensável mencionar Rachel Carson (e seu Primavera silenciosa), bem como as contribuições de James Lovelock (em Gaia) e Edgar Morin, além das obras contemporâneas do brasileiro Marcelo Gleiser.

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Ficha

liesel, fingerhut e o impacto ambiental: uma teia de complexas interações, de Dulci Marlise Pagel Boettcher. Campinas: Pontes, 2025. 195 p. R$ 65,00.

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