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Duca Leindecker: “A literatura é transformadora”

Duca Leindecker virá dos Estados Unidos, onde reside, para ser patrono em Candelária

A temporada nos Estados Unidos, para onde se mudou em meados deste ano na companhia da esposa, a política Manuela d’Ávila, está servindo para que o cantor, compositor e escritor Duca Leindecker agilize um novo disco. Em simultâneo, nas vindas ao Brasil, aproveitará para lançar e divulgar o CD Pedidos, um registro ao vivo gravado no Theatro São Pedro e no Teatro da Universidade de Caxias do Sul (UCS), sendo um compilado desses dois shows, como explicou em entrevista exclusiva concedida à Gazeta do Sul, por WhatsApp, a partir dos Estados Unidos.

Em torno da divulgação desse trabalho, e de outro formato de show, com banda, monta uma agenda para a reta final do ano. E o planejamento para 2024 envolve as gravações e a finalização do disco novo, ora em produção nos Estados Unidos. A continuidade de sua produção literária, por causa disso, aguardará por momento futuro. “Estou priorizando esses novos projetos na música, e, mais adiante, assim que sentir que estou na vibe de um novo livro, eu começo a escrever”, enfatizou.

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Na entrevista, abordou desde predileções ou referências literárias até os livros que atualmente estão em sua mesa de cabeceira. E ressaltou a importância do hábito da leitura, pelo que ela pode proporcionar a pessoas de todas as idades. Em Candelária, onde é patrono da Feira do Livro e vai palestrar, certamente ampliará essas reflexões.

Entrevista – Duca Leindecker, escritor e músico, patrono da Feira do Livro de Candelária

  • Gazeta do SulComo é a tua rotina ou caminhada de leitor? E quais são as tuas referências ou preferências em termos de obras e de autores?
    Eu sou filho de uma professora de História e de um advogado trabalhista, que morreu muito cedo, quando eu tinha 8 anos, mas deixou de herança uma grande biblioteca. Na nossa casa a gente tinha três quartos: num quarto dormíamos os três irmãos, no outro meu pai e minha mãe, e no outro era uma biblioteca. Então, eu herdei essa biblioteca, e no início não lia muito, mas depois, nessa mesma fase em que comecei a me interessar por compor e escrever, comecei a ler.
    Inicialmente, o que me despertou a paixão pela leitura foram os escritores da Era Vitoriana. Adorei principalmente a forma de escrever de Oscar Wilde, como ele construía aquelas atmosferas. O retrato de Dorian Gray foi o primeiro livro que me fisgou, e eu fiquei hipnotizado com aquele jeito que o cara tinha de contar as coisas, e nos colocar lá, naquele ambiente. Fiquei realmente muito fascinado.
    Como falo nos bate-papos que faço em feiras e escolas, basta uma porta de entrada na literatura para que a gente comece a gostar de tudo que é coisa. Gosto muito do Josué Guimarães também, e a coisa mais recente que li foi o Sapiens, do Yuval Harari. Estou um pouco atrasado, né? O pessoal já lê ele faz um tempo, mas eu fiquei fascinado com esse livro também.
  • Como escritor, participas muito de feiras do livro? Com que frequência vais ao interior para compromissos?
    Como o meu primeiro livro, A casa da esquina, foi um dos mais vendidos e segue sendo um best-seller, é adotado para muitos exames, e escolas adotam o livro. Isso acaba gerando uma demanda pelas visitas. Depois lancei A favor do vento, que tem roteiro adaptado para filme, e O menino que pintava sonhos, que também já foi adotado para vários exames. Acaba que isso gera essa demanda de visitas e bate-papos com o pessoal que adota o livro nas escolas e nas cidades. Isso é muito legal, e eu me sinto muito privilegiado e honrado quando sou convidado. É o caso agora de Candelária, para ser o patrono da feira. É um privilégio grande, e principalmente de ver esse movimento das feiras regionais e locais.
  • Como está a expectativa da vinda a Candelária?
    Estou com uma superexpectativa. Moro nos Estados Unidos e estou indo para o Brasil basicamente para participar dessa feira, como patrono, e fazer mais dois shows. Depois volto para cá e logo retorno para aí de novo. Está uma loucura a minha vida morando aqui nos Estados Unidos. Mas está sendo bem bacana, e é um prazer voltar para participar de eventos como esse. Só tenho que agradecer pelo convite, e espero encontrar um pessoal muito interessado em literatura, em música, em arte, em cultura. A cultura e a arte, que na verdade é a forma de impregnar a cultura através da emoção, acho que são o grande lance que é transformador.
  • Algum projeto em andamento na literatura?
    Aqui nos Estados Unidos, estou compondo para um disco novo. Também estou prestes a lançar um LP e um disco novo gravado ao vivo, e ao mesmo tempo estou compondo músicas novas para gravar aqui nos Estados Unidos. Estou priorizando isso e, assim que sentir que estiver na vibe de um novo livro, eu começo a escrever.
  • O que tens na mesa de cabeceira por esses dias?
    Como mencionei, estou acabando de ler o Sapiens, que acho muito bacana. Tem muito livro bom para ler. Esse que estou lendo, e estou no final, fala da história da humanidade de uma forma muito interessante, principalmente a pré-história. Me chamou muito a atenção, e adorei conhecer um pouquinho melhor a pré-história.
  • Por fim, uma última pergunta: por que, em tua avaliação, é fundamental manter o hábito da leitura?
    Eu acho que a leitura é fundamental porque é justamente uma forma de as pessoas terem contato com o conhecimento de forma geral. As histórias são transmitidas de geração para geração, e eram passadas de várias formas. Depois que surgiu a escrita, foi uma revolução, porque, imagina, não precisava mais ficar contando a história, ou memorizando, no famoso telefone sem fio. Tu podes escrever exatamente como era, como foi, o que aconteceu contigo, seja uma narrativa de ficção, seja ela verídica, que relata os acontecimentos da nossa história. Isso tudo está registrado nos livros de forma muito precisa. Então, acho que não tem fonte mais fiel ao narrador do que a literatura.
    A literatura é transformadora. Sem falar na possibilidade que ela te dá de viajar, colocar as trilhas sonoras, os personagens, com os atores que tu achas ideais para aquela história. Tu escolhes o ator, a trilha sonora, tudo o que tu quiseres escolher para uma história, para ler num livro. Diferentemente de um filme, em que já vem tudo escolhido. Acho que essa liberdade toda que a literatura tem é fantástica e fundamental.

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