Leitores que acompanham a Gazeta do Sul certamente conferiram texto de minha autoria na edição do final de semana, na página 2. Abordei a necessidade de gestão dos recursos florestais de Santa Cruz (afinal um imenso patrimônio público, como é não só aqui, mas em qualquer lugar do planeta; um bem enquanto existe, vale advertir, e não quando… caiu). Citei o fato de duas tipuanas do Túnel da Floriano, esquina com a 28, à direita de quem desce, terem sido mutiladas pois se inclinaram em virtude da escavação e do corte de suas raízes. Cito a última frase do primeiro parágrafo: “Duas foram suprimidas, e ninguém duvida que sejam as primeiras de várias”.
Nessa segunda-feira, 17, à tarde, por volta das 17 horas, encontrava-me naquelas imediações quando circulou, que nem rastilho, a notícia de que mais duas, vizinhas das anteriores, haviam se inclinado. Cheguei em segundos ao local, e fui um dos primeiros a testemunhar a cena. Um mundo em queda livre, que nunca mais será como uma vez foi. E que, obviamente, será muito, muito pior.
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Sou filho de um casal de agricultores, que, ao longo de sua vida, plantaram milhares de árvores. Alguns milhares eu próprio ajudei a plantar e a cuidar. Tudo para frisar que de árvore entendo, sendo um dos temas sobre os quais mais li. Estão aí os engenheiros florestais Juarez Pedroso, da Afubra, e Jorge Farias, da UFSM, para o atestarem. Com meus pais, com Pedroso e Farias, com a Daniela, e com outros seres humanos dignos desse nome, como o geólogo José Alberto Wenzel, aprendi que, ou lidamos com mais rigor contra devastadores e depredadores, sejam eles quem forem, ou cairemos, enquanto civilização, exatamente que nem as tipuanas.
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Na edição desta terça-feira, 18, da Gazeta do Sul, na página 2, o leitor Rudinei Kopp assina texto cujo título é Cidades ridículas. É hora de pensar coletivamente sobre o que leva a se enquadrar no conceito, e não deve ser nada legal ser reconhecido como tal. Depois do que testemunhei nessa segunda, e do que ouvi, em público, nos bastidores, confesso que já não guardo ilusões. Apostaria boa parte das minhas fichas de que cairão, e bem mais rápido do que se pensa, quase todas, se não todas.
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