Polícia

Duas maiores apreensões da história na região pertenciam a um traficante santa-cruzense

O ano de 2023 ficou marcado na história da crônica policial regional. Neste segundo semestre foram realizadas as duas maiores apreensões de droga do Vale do Rio Pardo. Em 4 de julho e em 22 de setembro, Polícia Civil, Brigada Militar (BM) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreenderam 750 e 1.012 quilos, respectivamente. As duas ofensivas representaram prejuízo de cerca de R$ 7 milhões para o tráfico local.

As investigações de ambas as apreensões seguem em sigilo com a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). Em entrevista à Gazeta do Sul, o delegado regional Luciano Menezes revelou detalhes da apuração. Segundo ele, as quase 2 toneladas apreendidas nas duas ações pertencem a um mesmo traficante, santa-cruzense atualmente preso.

FOTOS: apreensão de drogas realizada pela Polícia Civil é a maior da história da região

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“Esses entorpecentes são deste homem, que lidera um grupo criminoso. Mesmo preso, seus subordinados seguem operando na rua”, disse Menezes. Detalhes sobre a identidade do líder são mantidos em sigilo, para não prejudicar o andamento do inquérito. As duas operações de 2023 bateram uma marca que durava dez anos – em agosto de 2013, a Polícia Federal apreendeu em Rio Pardinho 716,9 quilos de maconha em um Kia Cerato abandonado.

O fato de as duas apreensões terem acontecido neste ano remete a uma análise já revelada por Menezes no dia da operação da Draco, em 4 de julho, quando os 750 quilos de maconha foram apreendidos em um sítio na localidade de Linha Felipe Nery, interior de Santa Cruz. Segundo o delegado regional, o município virou recentemente um polo de distribuição de maconha para outras cidades do Rio Grande do Sul.

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Conforme Menezes, há concentração de grande quantidade de drogas em depósitos, que são repassadas de forma fracionada a gerentes do tráfico. Estes distribuem às bocas e, ao final, aos usuários. “Essa droga apreendida nas duas operações transcende os limites do Vale do Rio Pardo. São criminosos de Santa Cruz, que têm um canal direto com o Paraguai, onde conseguem por um preço mais baixo”, explicou.

Perícia papiloscópica para identificar envolvidos

Diferentemente da ação em julho, onde não havia pessoas no sítio em que a Draco localizou os 750 quilos, em setembro, policiais rodoviários federais e brigadianos viram membros do grupo criminoso em fuga. Antes de escapar a pé pela mata, a droga foi deixada por um dos traficantes em um Chevrolet Equinox preto, com placas clonadas, em uma fazenda na região de Linha Henrique D’Ávila, interior de Vera Cruz.

IGP realizou análise em Equinox preto com placas clonadas | Foto: Cristiano Silva/Banco de Imagens/GS

Ainda no local, dois policiais militares constataram que as janelas haviam sido pintadas com um tipo de tinta spray reflexiva, de cor preta, de modo que não dava para enxergar o interior. Os bancos traseiros também estavam rebatidos, e toda a droga estava escondida sobre um pano preto. Com o veículo apreendido, iniciou-se um trabalho de análise minuciosa feita pelo Posto de Criminalística do Instituto-Geral de Perícias (IGP) de Santa Cruz do Sul.

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O objetivo da perícia é buscar fragmentos de impressões digitais do motorista nos lugares em que ele teve contato. Além de fazer o exame para confirmação da presença de substância ilícita nas drogas apreendidas, foi realizado levantamento papiloscópico no veículo, coleta de material biológico para pesquisa de DNA e exame de numeração identificadora do carro para revelação do chassi original e motor, adulterados na clonagem. O relatório deve chegar à mesa do delegado Luciano Menezes nos próximos dias.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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