Apesar da melhora constante dos medicamentos antidepressivos, principalmente na redução de efeitos colaterais e tolerabilidade, os resultados no tratamento da depressão ainda são muito abaixo do desejado.
O maior estudo sobre depressão já realizado (STAR-D) mostrou que metade dos pacientes tratados com medicação no primeiro tratamento obtém resposta (melhora de 50% dos sintomas) e apenas 30% chegam a remissão completa. Quando há falha no uso do primeiro medicamento, é recomendado a troca por outro antidepressivo e/ou uso de outro medicamento para potencializar o efeito das medicações. Essa estratégia aumenta a resposta em 15% e a remissão em modestos 10%. A partir daí, qualquer troca ou potencialização aumenta a chance de 10% de resposta e 5% de remissão.
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A DRT (Depressão Resistente ao Tratamento) se caracteriza quando o paciente, após tratamento com duas classes diferentes de antidepressivos, por mais de seis semanas e em doses terapêuticas, não apresenta melhora. Pacientes com DRT muitas vezes acabam desistindo do tratamento ou se contentando com uma discreta melhora, sem recuperar sua funcionalidade plena.
A Depressão Maior é um transtorno mental de proporções gigantescas. Consome bilhões em recurso de tratamento e muito mais ainda em perda de produtividade, incapacitação para o trabalho, por aumento de comodidades metabólicas, cardiovasculares, oncológicas e neurológicas, sem falar nas milhares de mortes anuais por suicídio mundo afora.
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Infelizmente a sociedade, o poder público e a própria gestão em saúde não reconhece tamanha gravidade nem o prejuízo pessoal, econômico, social e laboral da Depressão Maior. Os tratamentos disponíveis pela rede básica estão congelados desde o século passado. A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) em seu rol de procedimentos não reconhece como cobertura obrigatória as grandes inovações de tratamento na psiquiatria como um todo e na depressão em especial.
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Hoje há medicamentos inovadores que aumentam expressivamente a taxa de resposta e remissão, melhoram a produtividade do indivíduo e reduzem o risco de agravamento de doenças associadas bem como o risco de suicídio. Esses novos tratamentos já estão disponíveis no Brasil e já há novas medicações chegando em breve. Porém, a saúde mental e a psiquiatria enfrentam uma carência de investimentos e coberturas que afetam os profissionais e os pacientes, gerando uma piora nos resultados dos tratamentos, resultando em sofrimento, adoecimento e morte.
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Apesar de já termos avançado muito na desestigmatização da psiquiatria e dos transtornos e doentes mentais, ainda estamos longe de outras áreas da medicina. E isso é perceptível dentro da própria medicina, assim como na gestão pública e privada da saúde.
A pandemia trouxe um agravamento das estatísticas dos transtornos mentais. Qual a resposta que a sociedade dará a este aumento de demanda? Quanto vale a saúde mental e a vida do paciente com Depressão Maior?
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