A vera-cruzense Carine Josiele Wendland, de 27 anos, participou da 29ª sessão da Conferência das Partes (COP 29) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima. O evento ocorreu de 11 a 22 de novembro em Baku, capital do Azerbaijão. Ela foi uma das delegadas da Federação Luterana Mundial e também é doutoranda em Educação pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), além de coordenadora da Juventude Sinodal da Igreja Evangélica da Confissão Luterana do Brasil (IECLB) na região e integrante do Fórum de Justiça Climática da América Latina.

Dos 60 mil credenciados para essa edição, detalha Carine, 1,9 mil eram brasileiros. O País teve a segunda maior delegação da COP 29, atrás somente dos anfitriões, o que evidencia a importância da conferência e o interesse em participar das discussões. “Paramos de falar em mudanças climáticas, depois passamos a chamar de crise e agora é emergência climática. Talvez este seja o ano em que vamos chegar ao aquecimento de 1,5 grau celsius, que é onde queremos parar”, enfatiza a representante.

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Um dos pontos que chamaram a atenção da estudante é a queda do número de indígenas em relação ao ano passado. “Foi uma COP que reduziu a presença da sociedade civil organizada, inclusive a nossa delegação diminuiu.” Observa que novamente a sede foi um país produtor de petróleo e o acordo, embora tenha existido, ficou aquém do esperado. “A expectativa era chegar na casa do trilhão, que é o valor que os países desenvolvidos e produtores teriam que repassar aos que não poluem e estão sofrendo as consequências, mas ficou em 300 bilhões de dólares.”

Ao comentar os resultados práticos das negociações, salienta que o processo é ainda muito burocrático, com longos períodos de análises de propostas e alinhamentos entre os líderes mundiais e pouca iniciativa. “São muitos debates e acordos que ficam na COP, mas precisam ser levados aos países e colocados em ação.” Apesar de o valor ter sido estabelecido, permanece incerto quem precisa pagar, quem vai receber e quais são os principais poluidores.

Colaborou Aline Silva

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